O Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, é um dos países que mais geram resíduos sólidos no mundo, necessitando de tratamento com soluções economicamente viáveis e destinação final adequado. Entretanto, grande parte desses materiais é despejada a céu aberto, lançados na rede pública de esgotos ou até queimados. Diante disso, é facilmente possível inferir que o gerenciamento dos resíduos sólidos ainda é um desafio a ser enfrentado no nosso país e não diferentemente na cidade de Fortaleza (CE).
O que dificulta um pouco mais essa questão é a heterogeneidade dos resíduos a depender da geração, como os de construção civil, hospitalares, radioativos, agrícolas, industriais e de mineração, mas também os domiciliares, oriundos de atividades domésticas em residências urbanas, e os de limpeza urbana, originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas, classificados como resíduos sólidos urbanos (RSU).
Além de ser uma questão ambiental, o manejo adequado dos resíduos é uma importante estratégia de promoção e proteção da saúde. Sua disposição no solo, em lixões ou aterros, por exemplo, constitui uma importante fonte de exposição humana a várias substâncias tóxicas. As principais rotas de exposição a esses contaminantes são a dispersão do solo e do ar contaminado, a lixiviação e a percolagem do chorume. Estes depósitos de resíduos sólidos constituem em potenciais fontes de exposição para populações, tendo sido relacionados a maiores riscos para diversos tipos de câncer, anomalias congênitas, baixo peso ao nascer, abortos e mortes neonatais nessas e em populações vizinhas a esses locais.
Com a elaboração do Plano de Gestão, Fortaleza deu um importante passo para a solução do desafio do gerenciamento dos resíduos sólidos, resultante da obrigatoriedade dos municípios a elaborar um plano de gestão a partir da Lei n° 12.305/2010. No entanto, a integração do planejamento municipal com a participação do munícipe ainda é baixa, sendo necessário disponibilizar e expandir a atuação das ações planejadas.
Prof. Dr. Antônio Ricardo Mendes Barros
Docente do Curso de Engenharia de Produção do Centro Universitário Ateneu
Doutor em Engenharia Civil, mestre em Engenharia Civil e Ambiental e graduado em Tecnologia em Saneamento Ambiental
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