O uso indiscriminado de adoçantes

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Brasília (DF), 17/05/2023 - A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou novas diretrizes sobre o uso de adoçantes e passou a não recomendar o uso desse tipo de produto para controle de peso ou como estratégia para reduzir o risco de doenças não transmissíveis. A lista inclui aspartame, sacarina, sucralose, stevia e derivados. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os adoçantes surgiram na necessidade de substituição de açúcar para os diabéticos. Logo em seguida, o milagre da vida sem açúcar, com açúcar e zero calorias se popularizou também aos que desejavam emagrecimento. Os anos se passaram e a ciência elucidou o impacto dos adoçantes, em especial, os sintéticos, na saúde dos seus usuários, assim como a toxicidade e seus efeitos mutagênicos associados ao câncer e doenças neurológicas e até ao surgimento de diabetes tipo 2. Isto fez com que fosse reconsiderado devido seus efeitos deletérios.

A partir disso, os adoçantes naturais passaram a ser recomendados com maior frequência na intenção de substituir os adoçantes artificiais e minimizar a exposição aos efeitos adversos associados ao seu uso. Com o passar dos anos, também foi descoberto efeitos deletérios ao uso de alguns adoçantes naturais, como o xilitol e maltitol, que são polióis extraídos a partir do álcool, mas que podem gerar desconforto intestinal devido à sua fermentação pelas bactérias que colonizam o intestino. Além disso, indivíduos que possuem alteração da microbiota intestinal ou doenças inflamatórias intestinais são prejudicados na sua integridade da sua mucosa do trato gastrointestinal ao seu uso.

Outro ponto, associado ao maltitol é a capacidade de alterar a glicemia pós-prandial dos seus usuários. Ou seja, os adoçantes, em sua maioria, não são benéficos à saúde, muito menos melhores substitutos do açúcar como se acreditava no início do seu uso popularizado. Com isso, dos deparamos com o seguinte questionamento: E o que pode substituir o uso dos adoçantes e do açúcar ao ponto de não trazer prejuízos à saúde dos seus usuários? E adivinhem? A alternativa viável hoje não é a substituição do sabor doce dos alimentos, e sim reconhecer o sabor real dos alimentos. Afinal, não há só o sabor doce presente nos alimentos, temos outros cinco sabores, como o salgado, o amargo, o picante, o ácido e o tringente, sendo estes mascarados pela indústria alimentícia com intenção de deixá-los mais atrativos com a adição do sabor doce e adicionado calorias extras à estes alimentos elaborados.

Hoje, temos o desafio de estimular a população de conhecer o sabor original dos alimentos, readequando este pala dar e beneficiando a saúde intestinal, neurológica e a própria sinalização insulinêmica. Voltamos à estaca zero? Eu diria que resgatamos a origem, afinal, nada melhor que o natural!

Profª. Ma. Christielle Félix Barroso Lima
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Nutrição e Saúde, especialista em Fitoterapia Funcional em Nutrição Clínica Funcional e graduada em Nutrição

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