Os acontecimentos relacionados à doença do coronavírus (Covid-19), uma síndrome respiratória aguda, ocasionada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), impactou toda a população mundial, deixando sequelas persistentes em grande parte dos pacientes acometidos pela doença. Déficits cognitivos são comumente descritos em pacientes com Covid-19 e com uma nova nomenclatura, denominando-se como a síndrome de Covid longo, essa patologia apresenta prejuízos no desempenho cognitivo e na qualidade de vida em mais de um terço dos pacientes infectados.
Dados recentes mostram que os domínios cognitivos mais afetados são atenção, memória e funções executivas. As comprovações científicas existem, os relatos são frequentes e a busca por ajuda cresce em um nível considerável. Diante deste cenário, encontramos profissionais despreparados e sem uma base teórica e prática que possibilite agregar ao paciente e ao profissional. Baseando o seu tratamento a protocolos intuitivos e na estratégia do erro e acerto, na busca de uma possível solução.
Mas essa solução realmente existe? O que fazer com jovens de 20 e 30 anos com prejuízos persistentes na memória e na atenção? O que fazer para que o seu desempenho no trabalho e nos estudos volte a ser como era antes? Como gerenciar e proporcionar uma maior qualidade de vida? Essas são algumas perguntas que ainda possuem poucas respostas. Diante de um cenário tão novo, onde ainda é necessário muitas pesquisas e dados mais fidedignos, carecemos de dados sólidos para uma melhor intervenção. Para isso, não existe fórmula mágica, é necessário esperar e continuar valorizando o que nos proporciona as melhores respostas, a ciência.
A resposta não acontece de uma noite para o dia e sabemos que um bom trabalho leva tempo, exigência, comprometimento e competência. As pesquisas sobre Covid e cognição ocorrem de maneira intensiva em todo o mundo e ninguém mais do que os próprios pacientes idealizam uma resposta positiva para os seus problemas, pois ninguém quer mudar de forma repentina e permanecer assim por longos anos, com a capacidade de resolução de problemas e de ser no mundo prejudicada, gerando grande insatisfação e sofrimento mental prolongado.
Prof. Me. Werbety Lucas Queiroz Feitosa
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Ciências Médicas, especialista em Neuropsicologia e graduado em Psicologia.
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