Mas para que serve isso fora da sala de aula?

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Uns anos atrás, quando eu estava no papel de aluna de graduação de um curso de Engenharia, constantemente me perguntava: “Sim, e como que vou aplicar isso na indústria?”. Eu me via desmotivada a estudar determinadas disciplinas ou alguns conteúdos por não ver aplicação prática desse conhecimento na vida real. Ora, tamanha ingenuidade a minha acreditar que tudo seria aplicado diretamente, tal qual visto durante o curso.

Durante a graduação, muito me incomodava a sensação de que tudo que eu aprendia era uma forma simplificada e resumida do que é usado “de verdade”. Sempre comentava com meus colegas que não conseguia ver como eu faria um projeto contando com todas aquelas simplificações feitas. Para a minha surpresa, muitas dessas simplificações não eram feitas apenas em sala de aula, quando consideramos o fenômeno em sua manifestação real.

Um aluno perto de se formar deve compreender que os conceitos aprendidos durante a graduação serão alicerces dos conhecimentos aplicados na vida profissional. A partir da compreensão dos fenômenos, dos conceitos e da teoria, a formulação de problemas e soluções torna-se mais intuitiva.

Como engenheira química, eu aprendi uma diversidade de métodos rápidos e simplificados de cálculo de equipamentos. Porém, essas simplificações me ajudaram a compreender regras básicas. Não se torna essencial calcular detalhadamente a eficiência de uma máquina térmica para uma decisão rápida, se eu sou capaz de compreender qual a situação ideal e o limite de funcionamento dela. Ou seja, a partir de um cálculo simplificado, muitas vezes feito na ponta do lápis, eu – como engenheira – tenho fundamentação para tomar uma decisão lógica e rápida.

Voltando ao pensamento de: “Sim, mas para que serve isso?”. Você pode fazer um cálculo do momento de flexão do tampo de uma mesa, simplificando as equações, para escolher o melhor tamanho e localização dos apoios. Da mesma forma, porém, com um equacionamento mais robusto, é possível analisar a mesma situação na construção de uma laje. Você, caro leitor, aprende os cálculos básicos em sala de aula e compreende o uso das simplificações. A partir disso, cabe a você saber interpretar e aplicar o equacionamento correto nos seus exemplos profissionais. A fundamentação teórica, todavia, segue a mesma, baseada nos fenômenos aprendidos na graduação.

Prof. Ma. Isabella Christina Cavalcante Quaranta
Docente do Curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Ateneu
Mestre e graduada em Engenharia Química

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