A centralidade dos textos verbais nas situações comunicativas já não se faz presente há algum tempo, sendo tal mudança paradigmática ainda mais evidente com a popularização dos meios de comunicação digitais e da interação via redes sociais. Memes, figurinhas, gifs, entre outros gêneros virtuais, são exemplos de como a forma e o conteúdo dos textos se imbricaram com linguagens não-verbais para formar um novo cenário onde prevalece a interação através dos chamados textos multimodais. Tendo esta realidade estabelecida, faz-se urgente que o ensino de linguagens acompanhe e oriente os jovens usuários na produção saudável e eficiente desses tipos de textos.
Junto às novas possibilidades comunicativas abertas pela interação on-line, como a instantaneidade, a portabilidade e a iteratividade, surge a necessidade do desenvolvimento de competências e habilidades inéditas na prática da escrita/produção de textos digitais por parte dos usuários, sendo, talvez, o letramento multimodal a aptidão mais exigida. Entendendo o texto multimodal como aquele construído a partir de uma relação significativa entre diferentes linguagens (verbal, imagens, sons, gestos etc.), é nítido que, no ambiente digital, predomina a interação através desses tipos de textos, o que acaba estimulando o uso massivo de recursos multimodais muitas vezes de forma inconsequente.
O papel da escola, na figura dos professores de linguagens, serve, neste atual contexto, para assegurar o uso consciente e saudável das possiblidades linguísticas que estão disponíveis aos usuários/alunos em suas interações virtuais. O conhecimento, portanto, das potencialidades da multimodalidade deve ser trabalhado em sala de aula, por meio de atividades que valorizem o aspecto lúdico e criativo de se transmitir mensagens complexas sem a dependência absoluta do verbal, fazendo, dessa forma, que o estudante alcance maneiras únicas de difundir suas ideias. Evidentemente, para que esse processo de ensino seja eficiente, é fundamental que o docente também esteja criticamente “conectado” a essas novas formas de textos. Ou seja, é essencial a capacitação dos educadores sobre letramento digital, assim como a constante pesquisa por parte desses profissionais acerca do tema.
Prof. Me. Jivago Oliveira da Fonseca
Docente do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Letras, especializando em Ensino de Língua Portuguesa e graduado em Letras – Língua Portuguesa.
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