Fibromialgia é uma doença reumatológica que acomete grande parte da população mundial, incapacitando-a para o trabalho, lazer ou afazeres domésticos. É uma doença que gera dores crônicas generalizadas e que, infelizmente, ainda não existe uma causa definida e, menos ainda, uma cura definitiva. Vale salientar que nesta doença não há histórico de trauma físico ou lesões inflamatórias, o que faz algumas pessoas pensarem que as dores são psicológicas. De fato, as lesões físicas não existem, mas as dores são reais e incapacitantes.
As mulheres são as mais acometidas com essa doença. O principal sintoma relatado é a dor no corpo todo que persiste por mais de três meses. Essa sintomatologia pode levar a quadro de ansiedade e depressão. Além da dor, o paciente pode referir também cansaço, fadiga, sensação de inchaço nas mãos, dificuldade para dormir, perda de memória, alterações gastrintestinais, sensibilidade ao toque dentre outros.
O stress é considerado um dos piores males da sociedade moderna. A constante preocupação com dinheiro, saúde e família tem sido um fator determinante para esse problema. É uma condição que está relacionada com o cansaço físico e mental, problemas emocionais e psicológicos. O sistema nervoso autônimo é o responsável por lidar com essa condição, acionando assim o sistema simpático, que por sua vez, libera adrenalina, substancia responsável por acelerar o corpo.
Em situações normais, a ativação do sistema simpático age como uma forma de equilíbrio ao organismo, preparando-o para a “luta e fuga”. Porém, em situações de grande stress, o organismo entende como grande “perigo” e libera uma quantidade excessiva de adrenalina e cortisol, diminuindo serotonina.
Essa condição, a longo prazo, pode provocar ansiedade e depressão, diminuição da imunidade, aumento da pressão arterial, distúrbios do sono, diabetes e dores crônicas, principalmente, musculares e articulares. O aumento desses neurotransmissores pode estar associado ao aumento das dores características da fibromialgia. Não há relatos que o stress seja a causa da fibromialgia, porém, é um fator desencadeador desta doença.
Podemos perceber que existe um ciclo vicioso, de difícil tratamento. O stress causa dores, que podem leva à ansiedade e depressão, que por sua vez também diminuem os níveis de serotonina e aumentam adrenalina e cortisol. Esse quadro, a longo prazo, pode ser um gatilho para a fibromialgia que, devido as dores intensas, pioram o quadro de ansiedade, depressão e stress.
Por este motivo, esta doença não deve ser vista sob um único aspecto. Para um tratamento eficaz, o paciente deve ser tratado por uma equipe especializada, formada por médico, fisioterapeuta, farmacêutico, nutricionista, educador físico e psicólogo. Para evitar as crises, uma das condutas a serem tomada é melhorar a qualidade de vida, buscando hábitos saudáveis, como: atividade física, alimentação saudável, evitar consumo de álcool e cigarros. Medicações, durante as crises, podem ser utilizadas para controlar as dores, sono e a depressão.
Prof. Dr. Eduardo de Almeida e Neves
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Doutor em Biotecnologia, especialista m Educação a Distância, especializando em Quiropraxia e graduado em Fisioterapia.
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