Nas unidades de centro cirúrgico (CC), são realizadas intervenções invasivas que necessitam de materiais de alta precisão e eficácia, através de uma equipe capacitada para desenvolver processos de trabalho que exigem conhecimentos específicos da tecnologia e habilidades para enfrentar situações específicas das unidades que compõem esse âmbito.
Aliado a isso, o CC apresenta-se como um setor de trabalho muito dinâmico, imprevisível e imediatista, o que dificulta muitas vezes manter um planejamento das atividades em geral, resultando na sobrecarga de trabalho. Estes fatores contribuem para o estresse, principalmente, dos trabalhadores de Enfermagem, os quais possuem o papel de realizar assistência direta ao paciente e dar suporte aos demais membros da equipe cirúrgica.
Enfermeiras e enfermeiros se deparam com desafios na organização de diferentes interfaces que compõem o seu processo de trabalho, implicando no gerenciamento do cuidado de enfermagem no período transoperatório. Portanto, cabe nesse contexto, relevar a condição que compreende a articulação entre as dimensões gerencial e assistencial do trabalho do enfermeiro, de tal modo que a gerência se configura como uma atividade meio da atividade fim, que é o cuidado.
As atividades gerenciais do enfermeiro são ações com a finalidade de assegurar a qualidade da assistência de Enfermagem e o bom funcionamento da instituição. Podemos destacar, como exemplos dessas ações: dimensionamento da equipe de Enfermagem; exercício da liderança no ambiente de trabalho; planejamento da assistência de enfermagem; capacitação da equipe de Enfermagem; gerenciamento dos recursos materiais; coordenação do processo de realização do cuidado; realização de cuidado e/ou procedimentos mais complexos e avaliação do resultado das ações de Enfermagem.
Portanto, os desafios e limitações encontrados nas atividades gerenciais de Enfermagem no CC derivam de condições intrínsecas do próprio ambiente, caracterizadas pela imprevisibilidade e pela necessidade constante de (re) planejamento e (re) organização de ações. Diante disso, podemos concluir que os processos de trabalho nas instituições de saúde, em especial, no centro cirúrgico, pelas suas especificidades e por estar em constante mudanças, deve ser avaliado para promover condições de trabalho que possibilite a manutenção da saúde do trabalhador por meio do seu potencial e habilidades para garantir sua qualidade de vida e a qualidade do cuidado prestado aos pacientes, família e comunidade.
Prof. Me. Alexandre Araújo Freitas
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde, especializando em Enfermagem em Centro de Terapia Intensiva, especialista em Docência de Ensino Superior e graduado em Enfermagem.
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