O impacto da Inteligência Artificial no acesso à informação nutricional

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Compreende-se atualmente que o surgimento da Inteligência Artificial (IA) vem influenciando de maneira significativa diversas áreas, incluindo a saúde, desde o esclarecimento de conceitos básicos, quanto a busca por orientações preventivas, de tratamento e recuperação. As informações obtidas de forma ágil e facilitada trazem o intuito de sanar as principais dúvidas apresentadas.

As pesquisas utilizam-se do cruzamento de termos chaves, com base na vivência do interessado em questão, gerando respostas amplas e generalizadas. No entanto, a avaliação específica por profissional qualificado é fundamental, pois considera as particularidades de cada indivíduo.

No campo da Nutrição, questões referentes a informações nutricionais dos alimentos, orientações para ganho ou perda de peso, cardápios para patologias específicas, dentre outras buscas frequentes, associadas à prática de exercícios e demais hábitos de vida, induzem o indivíduo à realização de forma indiscriminada das diretrizes apresentadas pela Inteligência Artificial, como verdade única e absoluta, por diversas vezes sem um contexto adequado para sua realidade.

O objetivo da IA é desenvolver sistemas para executar funções que, no momento, são mais bem realizadas por seres humanos que por máquinas, ou que não trazem solução algorítmica viável pela computação convencional. Um algoritmo consiste numa sequência finita de ações que resolve um certo problema. A exemplos, podem ser citadas as receitas culinárias, processamento de dados, custos ou planejamento de refeições.

Problemas que não apresentam respostas exatas, no entanto, vão necessitar da geração de possíveis soluções até que se obtenha a primeira, ou que se encontre a melhor delas, caso se observe várias respostas. Tal abordagem, apesar de plausível na teoria, geralmente é inviável na prática, sendo a quantidade de possíveis soluções excessivas. Assim, tais problemas são usualmente melhor solucionados por seres humanos, e na maioria dos casos de interesse não possuem solução algorítmica viável (em tempo de processamento) pela computação convencional.

Os seres humanos utilizam, de modo inato, um mecanismo de busca e filtro, gerando soluções candidatas, e escolhendo a melhor resposta, de acordo com certo critério específico. Além disso, eventualmente, o ser humano analisa a posteriori o efeito das escolhas feitas, e as altera para o futuro, contribuindo para o processo de aprendizagem.

A Inteligência Artificial surge com a prerrogativa de facilitar o acesso às informações. No entanto, a compreensão das mesmas deve ser traduzida de maneira assertiva, evitando-se induções equivocadas ou resultados indesejáveis. Na saúde, isso se faz bem claro quando se observa avaliações referentes à exames bioquímicos, históricos clínicos pregressos relatados e condições de saúde atuais do paciente.

É importante salientar que as pesquisas devem ser complementares ao acompanhamento profissional especializado, associadas à realização devida de exames periódicos. Em um mundo onde a informação é dinâmica, a veracidade da mesma deve ser considerada juntamente com o profissionalismo e experiência clínica dos trabalhadores da saúde.

O verdadeiro impacto observado das novas tecnologias para a saúde e nutrição, incluindo a Inteligência Artificial, será observado no decorrer das próximas décadas, referente ao ônus e bônus que a informação pode trazer. Ressalta-se também a necessidade do seu uso de forma ética e responsável, por meio da prestação de contas, responsabilidade e transparência.

Deve-se também incorporar valores morais à Inteligência Artificial, auxiliando no melhor embasamento das decisões, com o intuito de valorizar suas vantagens e minimizar seus impactos negativos nas interações sociais (incluindo cuidados de saúde), privacidade, justiça e segurança.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Fábio dos Santos. Inteligência Artificial no Contexto do Serviço Público. 2020.
SICHMAN, Jaime Simão. Inteligência Artificial e sociedade: avanços e riscos. Estudos Avançados, v. 35, p. 37-50, 2021.

Profª. Ma. Samara Mesquita Rosa
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu.
Mestra em Nutrição e Saúde e graduada em Nutrição.

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