Com o avanço da tecnologia, muito mudou na Odontologia, de diversas formas, em diferentes especialidades, com o principal intuito de facilitar e tornar nossas vidas, tanto de profissional como de paciente, mais tranquilas. Mas para pôr em prática e fazer bom uso de tudo que a evolução nos proporciona, temos que nos preparar técnica e eticamente, pois muito pode ser feito, de formas diversas e, que nem sempre é a correta e, consequentemente, a melhor para o nosso paciente.
Vamos ilustrar com algumas situações práticas que são de mais fácil entendimento, principalmente, no que tange à Ortodontia e Estética. Sabemos que o uso de aparatologia fixa para correção de mal posicionamento dental, problemas oclusais e outros, demanda um certo tempo de tratamento (em média dois anos), cuidados a mais com a higiene e o próprio desconforto que a mecânica causa aos tecidos bucais. Tudo isso vem melhorando com a evolução dos aparelhos ortodônticos (mais arredondados, menores, discretos), assim como o advento de novas tecnologias para resolver os mesmos “problemas”, como é o caso dos alinhadores invisíveis que chegaram para tornar mais fácil e prático todo o processo, uma vez que são removíveis, não machucam e não comprometem a estética.
Por outro lado, na Dentística Estética, com o avanço dos sistemas adesivos e resinas, podemos confeccionar facetas em resina composta, com o mínimo desgaste de estrutura dental. Então, é possível modificar a forma, contorno e cor de dentes com a utilização de técnicas específicas, de acordo com a necessidade e demanda do paciente. É nesse ponto que devemos ter cuidado com o que propomos para nossos pacientes. Atualmente, vivemos numa era de imediatismo, querendo tudo para ontem. Então, acabamos por “atropelar” passos importantes que seriam fundamentais para um crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Assim também acontece na nossa profissão. Os pacientes querem mudar o sorriso de uma hora para outra, e conquistar a estética vista em outras pessoas como se fosse um passo de mágica. Nessa hora, aparecem inúmeros profissionais que “realizam” esses desejos à custa de muita estrutura dental desgastada, facetas sem planejamento e oclusão (para que né?) desajustada. Mas o objetivo do paciente foi alcançado, a tal da estética! Será que o paciente foi informado do que, realmente, é feito e do que possivelmente vai acontecer em dois, três, cinco anos?
Cabe a nós como profissionais da saúde buscar sempre o melhor para nossos pacientes, propor tratamento que objetivem o interesse deles, mas que isto seja alcançado de forma que favoreça a saúde e não, meramente, pensando no que podemos ganhar financeiramente. Ah, mas se ele (paciente) não fizer comigo, vai no consultório ao lado e faz! Pensemos no que gostaríamos que fizessem conosco. O que levamos em conta quando buscamos um profissional para determinado fim? Deixo com vocês essa reflexão. Até a próxima!
Prof. Me. Carlos Bezerra de Menezes
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciências da Saúde, especialista em Ortodontia e graduado em Odontologia
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