A violência obstétrica (VO) é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como questão de saúde pública. O termo “violência obstétrica” é utilizado para descrever ações de violência durante a prática obstétrica profissional. Incluem-se como VO maus tratos físicos, psicológicos e verbais, procedimentos desnecessários e invasivos como episiotomias, restrição ao leito no pré-parto, tricotomia, ocitocina de rotina, falta de estrutura no serviço de saúde e a carência de um sistema de saúde melhor. Tais tipos de violência são realizados em um momento delicado e importante na vida dessas mulheres, fazendo do parto uma má experiência.

Umas das violências mais vividas são as cesáreas desnecessárias, justificadas por passagem insuficiente para a saída do bebê. Outra forma muito comum são as agressões verbais ditas de modo sarcásticos e cruéis a fim de menosprezar a situação da parturiente, afetando-a tanto física como psicologicamente. Ocorrem também violências com mulheres em caso de abortamento, como na demora do atendimento, sendo coagidas pelo motivo ao qual estão no hospital e ainda sendo acusadas pelo aborto sem serem perguntadas de modo razoável.

Por isso, o descaso e o desrespeito com as gestantes na assistência ao parto, tanto no setor público quanto no setor privado de saúde, vêm sendo constantemente denunciado pelas mídias de comunicação sobre as intervenções obstétricas desnecessárias. Consideramos como essencial o fortalecimento da percepção de saúde acerca da realização da inerência quanto à finalidade de combater todas as formas de violência e alavancar empenhos na acepção da valorização à vida humana.

Uma das práticas humanizadoras da Enfermagem é a assistência de forma dignificadora, implementando condições necessárias para se desenvolver o amor próprio, o respeito a si e aos outros, e a elevação da autoestima das usuárias, visto que o parto é um momento único na vida da mulher.

Prof. Me. Samuel Ramalho Torres Maia
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Doutorando e mestre em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde, especialista em Gestão, Auditoria e Perícias em Sistema de Saúde e em Urgência e Emergência Pré-Hospitalar e graduado em Enfermagem.

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