Proteção passiva de estruturas em situações de incêndio

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Sempre que ocorre um incêndio, um dos pontos de atenção é quanto à integridade da estrutura. Uma vez que a estrutura se torne instável, pode ocorrer seu colapso total ou parcial. Os projetistas devem garantir um Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF) de forma que seja possível a evacuação da edificação e a garantia de segurança no trabalho de combate às chamas. Essa garantia pode ser desenvolvida por medidas de proteção ativa e passiva.

A segurança das edificações deve ser garantida por um misto de métodos de proteção ativa e proteção passiva. A proteção ativa é desenvolvida pela provisão de sistemas de alarme, de sinalização de emergência, do controle de fumaça, da presença de extintores, hidrantes, sprinklers etc. Já a proteção passiva consiste em meios de proteger a estrutura contra os efeitos da elevação de temperatura. Como medidas de proteção passiva, pode-se considerar o uso de materiais de revestimento adequados que minimizem o fluxo de calor e garantam o TRRF mínimo exigido para a edificação.

Frequentemente a temperatura em situações de incêndio chega à ordem de 1000 ºC, o que provoca relevantes alterações nas propriedades dos materiais (aço, concreto, madeira). Essas alterações reduzem a capacidade resistente dos elementos estruturais, podendo levá-los à ruína. O uso de materiais de revestimento nos elementos estruturais é capaz de reduzir o fluxo de calor, reduzindo as temperaturas nestes elementos e assim garantindo a integridade estrutural por tempo suficiente para evacuação e trabalhos de controle das chamas.

Os métodos de proteção passiva mais difundidos são a pintura intumescente, o uso de argamassa projetada e o encapsulamento do elemento estrutural, seja com o uso de placas pré-fabricadas ou com cobrimento de concreto. Abordemos de forma resumida a pintura intumescente.

As tintas intumescentes possuem características que quando submetidas a temperaturas superiores a 200 ºC, aumentam de volume, produzindo uma espuma rígida na superfície do elemento estrutural, retardando o efeito do calor da chama. Essas tintas podem ser aplicadas em elementos de aço, madeira e concreto e possuem bom acabamento. Uma estrutura com pintura intumescente deve passar por avaliações/manutenções periódicas, variando entre dois e oito anos. Sua aplicação é simples, por meio de rolo ou pistola e pode receber demãos de acabamento conforme indicação dos fabricantes. O ponto negativo do método de proteção passiva consiste no alto custo envolvido.

A seleção do método de proteção passiva deve ser pautada pelos projetistas, pois a escolha do método inadequado pode inviabilizar a obra. É salutar reforçar que nem todas as edificações requerem a proteção passiva. Independentemente do método de proteção passiva adotado na edificação, a segurança contra incêndios busca proteger a vida dos ocupantes e minimizar as perdas patrimoniais. E a melhor forma de proteção é a prevenção.

Prof. Me. Thales Henrique Silva Costa
Coordenador dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia de Produção do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Engenharia Civil (Recursos Hídricos), faz MBA em Projeto e Construção de Estruturas Metálicas e de Madeira, especialista em Gerenciamento de Obras e em Engenharia Ambiental e é graduado em Engenharia Civil e em Ciência e Tecnologia.

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