Nos últimos anos, as instituições de ensino de todas as regiões do país têm dialogado sobre a modernização no processo de ensino e aprendizagem. José Moran, professor doutor da Universidade de São Paulo (USP), esclarece que “o que a tecnologia traz hoje é integração de todos os espaços e tempos. O ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda e constante entre o que chamamos mundo físico e mundo digital”[1].
No meio de um vasto leque de ideias e opções, observamos que as metodologias ativas têm se destacado como uma das alternativas mais promissoras para quem deseja dar novas forças à sua prática em sala de aula. Essa metodologia tem como base a autonomia do educando tornando-o protagonista no processo de aprendizagem, sempre contando com o apoio do educador que, nesse contexto, assume o papel de coadjuvante, realizando o direcionamento dos conteúdos, práticas, reforço e avaliação. Mas para que essa metodologia alcance seu propósito, é necessário esclarecer de forma detalhada os papéis de todos os personagens do processo.
Nessa metodologia, temos como foco o estudante, é ele o responsável pelo seu aprendizado. Depende dele o ritmo de estudo e quais os tipos de materiais que serão utilizados para apreender. Neste processo, geralmente todo material de estudo é disponibilizado com antecedência pelo professor. Os materiais podem variar entre: artigos científicos, livros, vídeo aulas, podcast, jogos, entre outros. Com o apoio dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, os AVAs, qualquer local pode virar uma extensão da sala de aula, desde que o aluno tenha um aparelho de celular com conexão à Internet. O fundamental é que o educando sempre chegue ao momento do encontro presencial com o professor conhecendo o assunto que será trabalhado.
Nesse processo, os professores são os responsáveis por estabelecer os objetivos de aprendizagem, preparar e postar as listas de estudo e disponibilizar os materiais para o aprofundamento do conteúdo. Durante os encontros presenciais, o educador deverá preparar atividades práticas, trazer problemas de situações reais para debates, preparar avaliações e, caso haja necessidade, reforçar os conceitos não aprendidos. O professor que decide trabalhar com metodologias ativas deve ter um conhecimento intermediário do uso das tecnologias, já que precisará utilizar ferramentas de edição de áudio/vídeo, AVA e aplicativos de construção de jogos,
As instituições de ensino também têm um papel importante nesse processo. Uma ruptura no método tradicional de ensino nem sempre pode ser visto com bons olhos pelos estudantes. Cabe à coordenação pedagógica acompanhar o professor e lhe dar suporte para que ele consiga implementar seu trabalho. Lilian Bacich e José Moran reforçam que “a aprendizagem ativa aumenta a nossa flexibilidade cognitiva, que é a capacidade de alternar e realizar diferentes tarefas, operações mentais ou objetivos e de adaptar-nos a situações inesperadas, superando modelos mentais rígidos e automatismos pouco eficientes.”[2].
Para que possamos trazer inovações para a sala de aula, é fundamental que todos os envolvidos no processo conheçam de forma clara e objetiva como se comportar durante a rotina de atividades. Com cada indivíduo conhecendo seu papel, fica mais fácil de administrar as mudanças, como num jogo em que todos os participantes devem conhecer e respeitar suas regras. Em uma sala composta predominantemente por indivíduos da geração Z, nativos digitais, a utilização de métodos que estimulem o protagonismo dos educandos torna as aulas mais prazerosas e atraentes, tornando o aprendizado mais leve e significativo.
Profª. Raphaele Ferreira de Moura
Docente do Curso de Redes de Computadores do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Informática Educativa e graduada em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e em História
[1] “Mudando a educação com metodologias ativas José MORÁN.” http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acessado em 21 fev. 2022.
[2] “Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora – Biblioteca ….” https://pt.br1lib.org/book/5474358/e37ae9?dsource=recommend. Acessado em 21 fev. 2022.
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