Os 100 anos da Semana de Arte Moderna no Brasil e seu legado para a cultura brasileira

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A data era 13 de fevereiro. O palco foi o Teatro Municipal de São Paulo. O público era diversificado: a elite paulista, estudantes e artistas vanguardistas. O motivo de estarem ali? A abertura da Semana de Arte Moderna. Foram três dias de incômodos e surpresas. Artistas contestaram o passado, ou melhor, o que achavam que estava ultrapassado. A vanguarda vinda da Europa foi reprovada: a burguesia sentiu-se incomodada com o que seria a arte do futuro. Regras deveriam ser quebradas e a cultura popular valorizada.

Pela primeira vez, pensou-se sobre brasilidade e passou-se a refletir sobre a arte europeia versus a arte brasileira. Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti Del Pilcchia, Graça Aranha, Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Villa-Lobos, entre outros, destacaram-se Tarsila do Amaral, um ícone da arte moderna brasileira, que não estava no Brasil durante o evento.

O grande legado da Semana de Arte Moderna foi propor uma liberdade criadora, sem regras europeias, abolindo a perfeição estética e os vícios das velhas escolas. Foi necessário o escândalo para que arte brasileira começasse a caminhar sozinha, construindo um sólido alicerce para quem veio depois. A pintura, a literatura, a escultura e a música puderam romper barreiras. O não conformismo, a liberdade estética e o não aceitar regras foram seguidas décadas depois. Outros contestadores surgiram a partir da iniciativa de 1922, que permitiu a ousadia criativa e ser contra com qualquer regra repressora de experimentar e se expressar nas artes modernas.

O Brasil agradece a iniciativa desses artistas, mas louva mais ainda Mário de Andrade, que fez uma grande reflexão sobre o Brasil, valorizando as diversas expressões que formam a cultura brasileira.

Prof. Me. Ricardo Bessa

Docente do Curso de Design de Moda do Centro Universitário Ateneu

Doutorando em Artes Cênicas, mestre em Moda, Cultura e Arte, especialista em Escrita Literária e bacharel em Estilismo e Moda. É designer, figurinista, dramaturgo, ator e diretor de teatro.

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