Odontologia do Esporte. Por quê?

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Muito é questionado sobre a importância da Odontologia do Esporte como uma especialidade. Tem necessidade? Não é só mais uma “encheção”, balela? Ou ainda: “todo dentista não já sabe ser clínico geral?”. O que observamos na “Medicina” como um todo, mundo a fora, é que a tendência é cada vez mais termos especialistas bem específicos, focados em trabalhar e se dedicar ao estudo e como tratar da melhor forma possível aquela determinada área, e isso não é mérito exclusivo da Saúde, pois vemos isso na Engenharia, na Educação, em todas as áreas, ou seja, é uma tendência.

Certa vez vi uma comparação e achei bem interessante e aplicável à necessidade da Odontologia do Esporte: Se você tem um carro comum e ele dá um problema, você leva em uma oficina, de preferência da sua confiança. Agora, imagine que você tem um veículo tipo Fórmula 1, e ele dá problema, onde você vai levá-lo? Qualquer mecânico sabe mexer nessa máquina?

Da mesma forma é quando cuidamos de um atleta profissional do esporte, que mais do que qualquer outro profissional, precisa estar com a máquina funcionando perfeitamente e bem sincronizada, a fim de obter o maior rendimento possível. Seria possível quebrar algum recorde estando com alguma inflamação ou dor? Até seria, se pudesse utilizar algo que suprisse essas sensações, mas não é permitido em competições por se tratar de doping.

Então, todo cuidado com nosso organismo começa na boca. Qualquer foco infeccioso ali localizado gera respostas inflamatórias e são liberados mediadores químicos que sinalizam ao organismo, como um todo, que existe um problema, e toda uma cascata de resposta imunológica é ativada para combater tal processo infeccioso. A própria ingestão de calorias, necessárias para a execução das atividades físicas, sofre influência da qualidade da saúde bucal. Uma vez que algo esteja fora do normal (aftas, dentes quebrados, dor, sangramento gengival) a alimentação, consequentemente, a fonte de energia estará deficiente.

A título de curiosidade, a primeira vez que a nossa Seleção Brasileira de Futebol teve um cirurgião-dentista como parte da equipe médica foi em 1958, ano que conquistamos o primeiro título mundial. O Dr. Mário Trigo, conhecido como “homem sorriso”, ao cuidar dos jogadores da época, extraiu 118 dentes de 33 jogadores e membros da comissão técnica, antes de embarcarem para a Suécia. É tido como um dos responsáveis pelo êxito na competição por colaborar com o desempenho e bem-estar de toda a delegação.

Cabe a nós, profissionais, cada vez mais buscar nos especializar e valorizar as diversas áreas que nossa profissão desbrava, atentando para o que elas buscam mais objetivamente alcançar, e não ficar negando a necessidade do profissional mais bem qualificado para desempenhar essa ou aquela função. Se não começar a valorização por nós, que vai fazer?

Prof. Carlos Bezerra de Menezes
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciências da Saúde, especialista em Ortodontia e graduado em Odontologia

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