O conceito de arquitetura hostil

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Recentemente, muito tem se falado sobre a arquitetura hostil, que nada mais é do que um conjunto de soluções arquitetônicas a fim de amenizar riscos a criminalidade e aumentar a sensação de segurança por parte de uma parcela da população. O objetivo é pensar em soluções com o intuito de afastar aglomerações e ocupações indesejadas, principalmente, nas grandes cidades. Por exemplo, evitar viadutos com recuo grande na parte inferior, grandes marquises e passeios muito largos, evitar o uso de pistas de skate, abrigos para moradores de rua, banheiros público s em praças, bancos de dimensões maiores em espaços públicos, dentre outras estratégias.

Essas soluções a primeiro momento parecem atingir o objetivo  para o qual foi pensado, mas na realidade é um grande equívoco, pois a cidade é para todos, inclusive, as pessoas em situações de vulnerabilidade social. Esse conceito, na realidade, tem se transformado em arquitetura da exclusão, determinando em quais locais algumas pessoas podem ou não andar, tornado explícito a segregação social.

Na realidade, as grandes cidades não precisam e não devem optar por soluções hostis e sim por uma arquitetura inclusiva e  amistosa, devendo andar em conjunto com soluções de políticas públicas em todas as suas esferas: habitação social, educacional, empregabilidade e renda, dentre outras. A arquitetura deve ajudar a resolver problemas e não excluir ou camuflar, deve se pensar sempre no coletivo e em busca de soluções que amenize a vida já tão sofrida  e difícil de quem não tem condições de se sustentar.

Prof. Ma. Natália Nunes Saraiva Antero
Docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Ciências da Cidade, especialista em Engenharia Diagnóstica – Patologias e Perícias na Construção Civil e graduada em Arquitetura e Urbanismo

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