Neuronutrição: uma nova área de atuação para nutricionistas

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A Nutrição proporciona ao profissional atuar em várias áreas, conforme especificado na Resolução Nº 600/2018, do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). Contudo, com a expansão do conhecimento dentro da ciência da Nutrição, e em busca de melhorar o bem-estar e a saúde mental/cerebral dos indivíduos, encontra-se a Neuronutrição.

Este campo de estudo busca compreender a relação entre a alimentação e a saúde cerebral, promovendo uma ampla abordagem para manutenção do estado funcional do cérebro. Afinal, o que comemos não impacta apenas nossa saúde física, mas também desempenha um papel crucial na função cognitiva e na prevenção de doenças neurológicas.

A Neuronutrição é uma área recente, a qual investiga a ação dos componentes da alimentação (proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais e fitonutrintes) atuantes a nível de sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP), na neuroquímica, neurobiologia, comportamento e cognição, impactando na manutenção da saúde cerebral e da função cognitiva por meio da influência dietética.

Ao adentrarmos a alimentação além dos nutrientes base, encontram-se as classes de compostos bioativos, antioxidantes, fitoterápicos e outros fitoquímicos que podem influenciar o desempenho cognitivo e emocional. Tais substâncias visam melhorar a resposta fisiológica, atuando na neuroplasticidade, neurogênese e modulação de neurotransmissores, podendo contribuir para a manutenção da função cerebral e até mesmo para a prevenção de distúrbios neurológicos.

O futuro da Neuronutrição, como parte de uma conduta personalizada e preventiva, é aplicar intervenções neuronutricionais para prevenir e tratar distúrbios cerebrais (neurológicos e psiquiátricos), dos quais destaca-se enxaqueca, fibromialgia, epilepsia, esclerose lateral amiotrófica (ELA), transtorno de ansiedade e distúrbios depressivos, doenças neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson), doenças autoimunes (esclerose múltipla), dentre outras.

Apesar do crescente interesse na Neuronutrição, há desafios a serem enfrentados. A individualidade biológica e a complexidade do cérebro tornam difícil estabelecer uma abordagem única para todos. Além disso, mais pesquisas são necessárias para compreender melhor as interações entre os diferentes nutrientes e seu impacto específico no cérebro.

Contudo, a Neuronutrição representa um campo promissor dentro das áreas de atuação do nutricionista, que ao reconhecer a influência da alimentação na função cerebral, pode proporcionar boas escolhas alimentares em estratégias personalizadas que otimizem a cognição e o bem-estar mental.

Referências:

BADAEVA, A.V. et al. Perspectives on Neuronutrition in Prevention and Treatment of Neurological Disorders. Nutrients, v. 15, n. 2505, 2023. DOI: https://doi.org/10.3390/nu15112505.

BAKLIZI, G. S.; BRUCE, B. C.; SANTOS, A. C. de C. P. Neuronutrição na depressão e transtorno de ansiedade. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.], v. 17, pág. e52101724454, 2021. DOI: 10.33448/rsd-v10i17.24454.

BRASIL. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN Nº 600, de 25 de fevereiro de 2018. Brasília, DF, 2018.

FERNANDES, Helder Matheus Alves et al. Neuronutrição na ótica da ansiedade e depressão: perspectivas durante o processo de envelhecimento. Anais do VII CIEH. Campina Grande: Realize Editora, 2020.

MACARI, L. R.; Palma, L. Guerra, B. G. B.; Vatanabe, I. P. Neuronutrição: Um estudo de revisão sobre o uso de nutrientes, isolados e combinados, no controle dos sintomas de estresse e/ou ansiedade. ULAKES J Med., v.2, n.2, p.114-137, 2022.

Profª. Isabela Natasha Pinheiro Teixeira
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Mestranda em Saúde Coletiva, especialista em Nutrição Clínica e Fitoterapia Aplicada e em Nutrição Clínica e Esportiva e graduada em Nutrição e em Gestão Ambiental

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