A escolha profissional é um efetivo na vida de qualquer indivíduo. Porém, para alguns, essa fase aparece como um processo complicado, uma vez que envolve não só optar por um curso superior ou investimento em algum segmento do mercado, mas em um posicionamento diante do próprio desejo e muitas vezes pelas expectativas familiares e sociais. A frase que escutamos desde muito pequenos “o que você quer ser quando crescer?” nos remete a um contexto de que não somos preparados para tal resposta. As decisões nos são impostas quanto acabamos o Ensino Médio, e em pouquíssimo tempo, nós vemos imerso a um mundo que direcionará o futuro.

Jovens adultos ingressam no ensino superior, e até mesmo o encerram, sem saber que profissionais realmente são, pois seu ingresso no mercado foi uma opção econômica e não desejada. A nova base profissional vem trazer uma mudança muito esperada para estes estudantes: “Mostrar ao Ensino Médio um norteador de opções de carreiras profissionais”. Para estes jovens, o questionamento mudou. Aquela única pergunta de quando eram crianças foi substituída por outras: “O que você quer?”. “Do que você gosta?”. “Você sabe e, principalmente, reconhece no que você é bom?”. “O que você precisa melhorar, mudar?”. “No que você realmente se vê trabalhando daqui a 10 anos?”. São perguntas que até hoje desorganizam o pensar dos universitários, e que por muitas vezes os deixam sem respostas e implicados em pensar sobre o que estão fazendo com o seu próprio destino.

Estes novos aspirantes ao mercado de trabalho, inseridos nessa nova realidade de busca por suas profissões, chegam ao nível superior já com um profissão pré-escolhida, adequada às suas aptidões e expectativas de desejo, proporcionando uma meta bem mais fácil a ser atingida: “O profissional de sucesso”, com a capacidade de lidar com as adversidades da carreira escolhida. Seguindo essa lógica, no andar da contramão da vontade familiar e societária, novos horizontes foram traçados para o alunado que sai do Ensino Médio e entra no início dos conhecimentos de uma profissão, onde já se sentem preparados desde cedo, no pensar sobre a própria vida e na responsabilidade imensa, pois, independente do que aconteça, responderam as consequências por suas escolhas.

Talvez, esse processo seja um espaço não de fazer desaparecer a angústia da escolha, mas de dar suporte para que ela seja manejada da melhor forma possível, já que cada escolha remonta em uma renúncia, em uma perda. A angústia é uma constante, pois escolhas e a responsabilidade sobre elas também é constante. Escolher uma profissão pode ser fácil para alguns e difícil para outros. Com mudanças aceitáveis, pode significar que você tenha que pensar sobre como construir a vida que você quer, a partir das escolhas que você faz!

Essa nova era trará um processo de análise da produção do saber e de implicar o sujeito em seu desejo e em suas dúvidas, propicia o desenvolvimento da maturidade para a escolha. Seguirá com orientações sobre as próprias habilidades, comportamentos, expectativas e outros pontos pessoais alinhados a uma produção sobre a realidade profissional em vista (cursos, universidades, mercado de trabalho, perspectiva de carreira). Pense no que você faz de melhor, seja o profissional do futuro!

Profª. Ma. Alexsandra de Matos Gil

Docente do Curso de Administração do Centro Universitário Ateneu

Doutoranda em Ciências Sociais, mestre em Antropologia Alimentar, com MBA em Auditoria e Perícia Contábil e graduada em Ciências Contábeis

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