O desafio da Nutrição para mulheres

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Você já reparou que as mulheres são cíclicas na maior parte do tempo de suas vidas? Após a menarca, as mulheres ciclam, em geral, mensalmente em torno de 40 anos e tais ciclos implicam em oscilações hormonais que irão repercutir em vários órgãos, impactando de forma significativa tanto no estado emocional, como físico delas. Entretanto, desde muito novas as mulheres não são educadas a se observar dessa forma, inúmeras tarefas e cuidados estéticos são colocados como prioridade, fazendo com que a grande maioria ache normal não saber o dia da sua última menstruação, ou como são as fases do seu ciclo.

Porém, a Nutrição apresenta papel fundamental em auxiliar, atenuar ou até mesmo dizimar sinais e sintomas clássicos das diversas fases do ciclo menstrual de uma mulher. Os ajustes da alimentação precisam ser pensados de forma que considerem as diferenças entre essas fases. Um exemplo clássico de tais necessidades é na tensão pré-menstrual (TPM), onde o gasto energético total (GET) da mulher está aumentado em cerca de 300 kcal, por inúmeras alterações deste momento, fazendo com que haja a necessidade de uma dieta ajustada para tal período. Porém, o fato de muitas mulheres não saberem e não serem orientadas sobre essa alteração faz com que o aumento do apetite na TPM seja visto de forma equivocada e condenada pela grande maioria delas.

De maneira resumida, o ciclo menstrual apresenta a fase folicular, fase ovulatória e fase lútea (incluindo a TMP). Dentro de cada fase, irão ocorrer mudanças hormonais em que a alimentação deve ser pensada para diminuir os impactos que os hormônios estão causando nos órgãos e que não envolvem apenas o sistema reprodutor feminino. Não são só cólicas, mas também o aumento de temperatura basal, indisposição, dentre outras queixas comuns e perceptíveis que estão acontecendo.

Mudanças na forma de metabolizar nutrientes, gerando respostas divergentes são relatadas na literatura, onde restrições alimentares e tipo de atividade física farão diferença se pensados respeitando os diferentes momentos do ciclo. Assim como, exames de sangue e imagem devem ser orientados para que sejam feitos em fases específicas a depender do que queira ser investigado.

É preciso colocar as mulheres em contato com seus corpos, para se conectarem com seu mundo e entenderem que a “montanha-russa” mensal que elas vivem explica muitos comportamentos do dia a dia. Tal conexão irá permitir não só uma maior compreensão a respeito de si mesma, facilitando a forma de encarar diversas situações do cotidiano, como servirá de auxílio para profissionais da área da Saúde, que conseguirão compreender e ajudar de tantas formas essas mulheres, principalmente, na nutrição, em que os ajustes são necessários e imprescindíveis em cada fase do ciclo.

Profª. Drª. Danielle Alves da Silva Rios
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, mestra em Engenharia e Ciência de Alimentos e graduada em Nutrição e Engenharia de Alimentos

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