O conhecimento é um processo cognitivo complexo que se baseia na experiência, no raciocínio e na percepção. Não raras as vezes, o manejo de patologias se modifica e alguns procedimentos, que antes eram indicações, caem por terra. Apesar disso, ainda se pleiteia a aceitação popular, principalmente, daqueles adeptos da “lei do menor esforço”.
No que tange a desfazer um mito ou retirar o caráter lendário de que, quando se sente uma dor, deve-se permanecer inativo ou deixar de fazer qualquer esforço. Sobre isso, vários exemplos podem ser explorados. Em situações álgicas comuns como a dor lombar idiopática crônica, que é uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil, têm-se um caso clássico: antes orientava-se o repouso e hoje o movimento.
Normalmente, a Cinesiofobia (medo de movimento) que acompanha quadros dolorosos corrobora a falácia de que não se pode fazer exercícios com dor lombar. Mas parar a musculação, a ginástica, os alongamentos ou qualquer outra atividade física para não “piorar” o quadro doloroso é uma conduta equivocada, em grande parte das vezes.
A saúde contemporânea tomou uma nova forma e já é consenso que manter a mobilidade articular é o melhor remédio, salvo, é claro, em situações agudas e incapacitantes. Evidências e diretrizes recentes mostram que o exercício físico é recomendado como uma das principais estratégias para o manejo da dor lombar idiopática crônica, pois pode produzir benefícios na redução da dor, na recuperação da funcionalidade e na redução de futuros episódios.
Assim dizendo, para prevenir, “mova-se”. Para tratar, “mova-se”. Para manter, “mova-se”. E não esqueça de pedir orientação de um bom profissional.
Profª. Drª. Camille Maria de Holanda Angelim Alves
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu.
Doutora em Ciências Biológicas, mestre em Ciências Fisiológicas e graduada em Fisioterapia.
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