Os anos de 2022 e 2023 se consolidaram como o retorno à normalidade das atividades laborais de toda a sociedade brasileira, considerando que, a depender da situação, houve uma ou outra restrição referindo-se aos contatos físicos. Ao que parece, a virtualidade ou mesmo o denominado trabalho remoto começa a dar sinais de que a convivência humana é importante e se consolida como necessária para nossa existência.
O retorno às atividades escolares não poderia deixar de ser diferente, entretanto, há uma importante inquietação a ser considerada: houve alguma distorção no aprendizado pelos anos de ausência de sala de aula? Essa é uma pergunta que pode ser feita com regularidade nos ambientes educacionais. A modalidade da educação a distância (EaD) já está consolidada, com suas práticas, metodologias e público, mas ainda muito incipiente quando se trata de educação básica.
Uma tentativa de se compreender essa realidade mais de perto está ao alcance dos professores, em especial, daqueles que se deixam levar pela curiosidade com relação aos efeitos desse distanciamento, considerando os momentos mais agudos da pandemia e suas restrições, no “chão da escola”. A avaliação de aprendizagem deve ser considerada como um caminho para o encontro destas inquietações por se constituir uma das ferramentas mais importantes no processo pedagógico no que diz respeito às relações de ensinar e aprender, conceitos distintos, mas que podem ser compreendidos quando o foco da escola é o conhecimento.
Avaliar é emitir juízo de valor a partir de determinados critérios estabelecidos, portanto, não se trata de uma ação pedagógica aleatória. Para ser eficaz, necessita ser compreendida e bem conduzida. A constância na aplicação de avaliações de aprendizagem permitirá aos professores, nas suas ações cotidianas, perceber aspectos que devem passar por correção de rumos, ajustes ou a aplicação de medidas específicas mais profundas para a correção de distorções.
Como possibilidade na avaliação, a diagnóstica se apresenta com um importante instrumento para o entendimento de como se encontram os estudantes no atual momento da caminhada da educação brasileira, considerando que durante dois anos as atividades escolares aconteceram de forma remota, sem o conhecimento ao certo dos fatores que interferiram de forma positiva ou negativa nesse momento. Diagnosticando, é possível sim se ter elementos que possam contribuir para que as práticas docentes se efetivem de forma mais eficiente, afinal, as fragilidades serão apresentadas e, a partir daí, as correções esperadas.
Dessa forma, alerta-se para a necessidade de que, durante os processos formativos dos profissionais da educação, a avaliação de aprendizagem seja um importante item a se destacar, sendo tratada não só nas suas concepções conceituais, instrumentais disponíveis e aplicação, mas sendo compreendida como a melhor mediadora nas relações entre ensinar e aprender.
Prof. Dr. Jeimes Mazza Correia Lima
Docente do Curso de Pedagoga do Centro Universitário Ateneu
Doutor em Educação Brasileira, mestre em Educação, especialista em Metodologias em Ensino de História e licenciado em História
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