A vivência na Residência Multiprofissional

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“O amor é uma companhia. Já não sei andar só pelos caminhos, porque já não posso andar só”. (Alberto Caeiro)

É possível perceber um movimento de crescimento no interesse pelas residências multiprofissionais em saúde. Seja pela experiência, pela bolsa recebida, seja por ser uma oportunidade levada pela curiosidade. A realidade é que, depois de intensos 24 meses nesse processo, saímos sem mais conseguir andar sozinhos, já que rodiziamos em equipe. Aprendemos a estar na companhia do outro, em sua presença diariamente. 60 horas semanais, para ser mais exata.

Convivemos mais entre nós do que com nossa própria família e amigos, e fazemos do hospital a nossa casa. A partir dos laços, fica fácil (ou menos difícil) desatar desses nós e enfrentar o que ouso dizer que foram os dois anos mais intensos vividos até agora. O outro nos torna real, o vínculo nos torna humano. Lidamos com tantos nós nesses dois anos. Nó que se desfez com uma perda significativa, nó na garganta pelas dificuldades inerentes à residência, nós fortalecidos pela partilha de sentimentos.

Crescemos como profissionais, como pessoas. É sim uma aprendizagem diária lidar com um outro diferente, com formas de ver o humano diferentes, formas de lidar com situações da vida diferentes, formas de agir e pensar diversas. Mas é lindo de se ver que fica um pouquinho de nós em cada um. Seja em uma frase, em um jeito, em um abraço, na mudança de ver o outro e o mundo. Em tempos de excesso de futuro, ansiedade e imediatismo, aprendemos a ter paciência, a esperar e respeitar o tempo do outro, a pedir ajuda, a ajudar, a respeitar e compreender nossos limites.

Profª. Marcella de Oliveira França
Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Ateneu
Especializanda em Clínica em Gestalt-Terapia, especialista em Residência Integrada em Saúde e graduada em Psicologia

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