A Psicologia Infantil e seu espaço de atuação para os profissionais de Psicologia

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Cuidar da saúde mental tem sido um dos aspectos mais levantados na atualidade, e com essa nova postura a Psicologia vem assumindo um papel significativo na sociedade e nesse contexto, uma das áreas que são demandadas pelos profissionais de Psicologia é o atendimento psicológico de crianças e adolescentes. O cuidado com a saúde mental desse público tem sido uma preocupação frequente diante das condições de adoecimento e sofrimento dessa fase de desenvolvimento, e as consequências da falta de intervenções, como apontam autores, pesquisadores e profissionais, somos o efeito das vivências de nossa infância.

A escolha em atuar junto a crianças e adolescentes demanda conhecimentos específicos, dentre eles o desenvolvimento infantil, as psicopatologias, as relações familiares, diferenciações de atendimento infantil, dentre outros aspectos. Um outro aspecto expressivo é que o profissional deverá atuar muito próximo aos pais e responsáveis pela criança, bem como ter contato com a escola ou outros profissionais que estejam atendendo a criança.

Um aspecto significativo é que dentro do contexto infantil é importante reconhecer as peculiaridades dessa fase. Ser criança é vivenciar um mundo de descobertas e de transformações todos os dias, diante de uma fase que é expressa pela criatividade e pelo brincar. Surgem relações, apegos, emoções, frustrações, medos e fantasias. Quando a criança apresenta silêncio e isolamento de forma atípica a seus comportamentos, é momento de buscar ajuda profissional para compreender essa mudança e um desses profissionais indicados para esse momento é o profissional de Psicologia. O processo de avaliação psicológica e a psicoterapia podem auxiliar na compreensão das dificuldades encontradas pelas crianças, bem como auxiliar na mudança de tais condições.

Outra condição muito frequente na atualidade do universo infantil que tem apresentado grandes consequências a nível psíquico são a lista de afazeres, cobranças e obrigações. Tais fatos geram uma pressão sem medidas e, em muitas situações, insuportáveis. Conseguir corresponder a todas essas cobranças acaba por tornar-se uma condição de grande sofrimento e que decorre em adoecimentos como ansiedade, depressão, transtornos obsessivos e compulsivos, dentre outros.

As crianças não conseguem expressar em palavras o que estão sentindo e para isso é necessária uma escuta diferenciada que ocorre por meio do lúdico e do brincar. As crianças não expressam seus sentimentos e emoções como fazem os adultos, elas verbalizam menos e tem outras formas de comunicação, e por esse motivo é importante uma interação com outras técnicas e ferramentas que possam acessar ao universo infantil de melhor forma, usando assim brincadeiras, contação de histórias, desenhos, jogos e massinhas.

É através do brincar que a criança consegue expressar os seus sentimentos e o seu mundo e com o auxílio da Psicologia Infantil, elas encontram recursos de enfrentamento para se posicionar de forma saudável e sem prejuízos no seu dia a dia. O uso do brincar tem como objetivo auxiliar na expressão das emoções da criança, sentimentos e ressignificar os eventos que podem estar ocasionando os sintomas apresentados. Não é o brincar pelos simples brincar, mas um brincar direcionado e baseado em estratégias.

O profissional de Psicologia irá auxiliar a criança a identificar os conflitos e buscar por melhores alternativas para lidar com eles, e esse cuidado é de suma importância para que as fases da adolescência, adultez e envelhecimentos não sejam prejudicadas. Cuidar da saúde mental das crianças é exercer a função de prevenção de saúde mental dessas demais fases.

Nesse processo, é importante a interação com os espaços sociais e pessoas as quais a criança tenha mais amplo contato. Assim pais, escola e outros profissionais são solicitados a participar trazendo informações e complementando o processo de avaliação psicológica e psicoterapia das crianças. Os encontros com os pais serão de suma importância, pois são as pessoas que possuem maior interação e influenciam muitas das condições das crianças. A participação dos mesmos é imprescindível neste processo.

Muitas vezes, se faz necessário solicitar aos pais informações, como também, oferecer-lhes auxílio para o desenvolvimento satisfatório do processo, utilizando assim de orientação de pais para esse processo ser mais amplo e com mais resultados. A parceria com a escola também é importante, já que é no ambiente escolar que a criança passa boa parte do tempo e onde, frequentemente, as dificuldades e conflitos se manifestam.

Dentro de todos esses pontos, também é importante apontar que o profissional de Psicologia que atue com crianças precisa gostar de lidar com esse universo diante de tantas peculiaridades e conhecimentos. A busca pela área de Psicologia tem sido ampliada e trabalhar com crianças é uma das áreas que mais cresce. Aprender é a regra constante!

Profª. Ms. Elaine Marinho Bastos

Docente do Curso de Psicologia da UniAteneu

Mestre em Administração e Controladoria, especialista em Psicopedagogia, em Psicologia Infantil, em Neuropsicodiagnóstico, em Psicologia Organizacional e do Trabalho, em Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes, tem MBA em Gestão de Pessoas e é graduada em Psicologia e Serviço Social

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