Vivências de Enfermagem na saúde mental em tempos de pandemia

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A descoberta no início do ano de 2020 da Covid-19 provocou inúmeras incertezas para todos. A nova doença com alta capacidade de transmissibilidade levou o mundo inteiro a “obrigar-se” a se isolar. Escolas, faculdades, empresas dos mais variados ramos permaneceram fechados por meses e até os dias atuais ainda sofrem as consequências de mudanças ocorridas pela pandemia. Mesmo os serviços considerados essenciais também sofreram impactos significativos advindos da doença.

Em detrimento disso, um importante problema de saúde, além do quadro respiratório característico da Covid-19, chamou atenção a saúde mental de uma população que se quer imaginou passar por tal situação. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país que apresenta a maior prevalência de depressão em comparação com os demais países da América Latina, além de ser o país mais ansioso do mundo.

O confinamento, o isolamento, o medo e o adoecimento agravaram quadros de ansiedade, síndrome do pânico e depressão. Pessoas com outras doenças crônicas como a esquizofrenia e a bipolaridade também sofreram interferência do seu estado considerado estável de saúde em decorrência da necessidade de isolar-se e de interromper algumas atividades terapêuticas ofertadas pelos centros de saúde especializados no acompanhamento de pacientes vivendo com transtornos mentais.

Atualmente, o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) é referência no atendimento a pacientes com transtornos psiquiátricos, sendo inicialmente realizado um acolhimento e avaliação profissional sobre as queixas e sintomas dos usuários que buscam o serviço. A procura por estes espaços teve um aumento considerável durante o período da pandemia, com demandas das mais diversas possíveis, mesmo diante do apelo incessante de isolamento social pelos órgãos gestores.

Pacientes jovens, de meia idade e idosos passaram a buscar as unidades de saúde mental com queixas que na maioria das vezes estavam vinculadas à situação pandêmica. Como forma de tentar suprir esta necessidade, órgãos públicos e privados passaram a ofertar serviço de psicologia e até psiquiatria online, por telefone e por vídeo chamada. Esta estratégia objetivava tentar diminuir um pouco os impactos psicológicos causados por todas as consequências da pandemia.

Profissionais da saúde da linha de frente tiveram momentos de esgotamento total e seguem com problemas hoje ainda não solucionados. Muitos relatam não conseguir acompanhamento psicológico adequado e oportuno, tendo, portanto, impactos sobre a sua assistência ao paciente e sobre a sua condição geral de saúde, aumentando o risco do desenvolvimento de várias doenças. A saúde mental necessita também ser priorizada frente ao atual cenário, bem como ter suporte adequado para acolher a demanda proveniente da pandemia ou por interferência dela.

Profª. Ms. Tamires Daianny Araújo de Oliveira

Docente do Curso de Enfermagem da UniAteneu

Mestre em Promoção da Saúde, especialista em Cuidados de Enfermagem em Terapia Intensiva e enfermeira assistencial da UTI do Hospital Estadual Leonardo da Vinci

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