A gestão financeira pessoal absorve o orçamento do indivíduo, pois cabe as ações de controle das rendas e gastos contidos na gestão e a possibilidade da realização das satisfações de necessidade humanas, contidas no orçamento individual. Vejamos, inicialmente, qual a dimensão do que deve caber no orçamento individual? Simples, deve ter o que desejamos, o que queremos, o que nos dê satisfação, sensação de bem-estar, considerando as diversas finalidades: status, aspectos vegetativos, segurança, reconhecimento, dentre outros muitos aspectos.
Tal orçamento, deve abrigar o que desejamos e o que, verdadeiramente, necessitamos. Tal relação, aparentemente simples, muitas vezes não o é. E, por quê? Porque os seres humanos desejam! Ou seja, desejam bens que podem não serem frutos de necessidades imperativas de sobrevivência, como alimentos, segurança, habitação etc. Observe-se a ida às compras em um supermercado: muitas das vezes, colocamos no “carrinho” itens que não necessitamos, quer em quantidade quer em qualidade (marca, por exemplo).
Instintivamente, realizamos ações que quando observamos o que estamos adquirindo, leva-nos à sensação de poder. Ainda, no supermercado, damos atenção aos outros clientes que nos observam de forma até ‘invejosa’ quando o carrinho está “lotado”, nos dando a sensação de que estamos no “andar de cima” da pirâmide social. Outro exemplo que viola, muitas vezes o nosso orçamento, as nossas possibilidades, ou ainda, as nossas restrições orçamentárias, surge quando adquirimos roupas. Não basta ser uma simples camisa, tem que ser “de marca”, tem que ir ao encontro de nossas vaidades, chamar a atenção dos outros. Para muitos, é necessário, nem que isso signifique romper os limites do orçamento pessoal.
Neste ponto, invoquemos a Gestão Financeira (individual), responsável por dar “freios” aos instintos e desejos, pois cabe à mesma o controle dos gastos de recursos, estabelecendo grupos e categorias, segundo necessidades e prioridades. A ausência da Gestão Financeira individual, em geral, pode gerar dívidas e sofrimentos para o indivíduo e/ou os que com eles convivem.
Prof. Dr. Roberto José Almeida de Pontes
Docente do Curso de Gestão Financeira do Centro Universitário Ateneu
Doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente, mestre em Controladoria, especialista em Finanças Corporativas e graduado em Geografia e Ciências Econômicas
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