As atividades laborais em saúde são consideradas processos coletivos, em que os profissionais que atuam nesse campo possuem certo grau de autonomia, sendo assim, de maneira multiprofissional, cooperadores na execução e na prestação de serviços de saúde por meio de atividades especializadas, demarcadas segundo cada área de atuação.
Na Enfermagem, a autonomia profissional representa um tema bastante complexo, onde torna-se necessário uma exploração mais detalhada, sendo este processo resultante da configuração atual do trabalho do (a) enfermeiro (a) no âmbito hospitalar que progressivamente tem ganhado novos contornos, novas demandas, dificuldades e tecnologias que, por vezes, sustenta práticas ainda centradas no modelo biomédico.
A Enfermagem é uma profissão essencial e considerada como fundamental na estrutura das profissões da área da saúde, no Brasil e no mundo. É uma categoria profissional que se organiza de forma peculiar, tendo na sua estrutura interna quatro categorias: enfermeiro, técnico de Enfermagem, auxiliar de Enfermagem e parteira. Por ser uma profissão que atua nas várias dimensões da saúde, como na assistência (muito forte), na saúde pública, na prevenção e promoção da saúde, presente em todas as fases de nossas vidas, considerando do nascer ao morrer, isso confere a ela a noção sociológica de essencialidade no âmbito das profissões.
Ao refletirmos sobre o pensar e fazer dos (as) enfermeiros (as) na área da Enfermagem em Infectologia, devemos antes nos posicionarmos como habitantes de uma comunidade global, e visualizar a nossa responsabilidade em relação ao processo saúde-doença, do qual participamos intensamente. Sabemos que a sociedade moderna progrediu em suas conquistas técnico-científicas, contudo, também nos transformou em partícipes do atual desequilíbrio ecológico presente no mundo todo.
Ao considerarmos o homem como um dos elos da cadeia epidemiológica, afirmamos que o mesmo interfere positiva ou negativamente no meio ambiente, sendo então, atualmente, um fator importante no desencadeamento das enfermidades. Na história da Enfermagem, existiram diversas ligações da profissão, no combate às doenças infecciosas, por vezes, causadoras de surtos e epidemias que representam grandes desafios mundiais. No passado recente, com a pandemia gerada pelo Sars-CoV-2, agente infeccioso da Covid-19, a Enfermagem foi reconhecida por sua atuação na linha de frente, realizando o planejamento da assistência e a gestão do cuidado.
Nos caminhos e descaminhos nas transformações do mundo e da sociedade, a Enfermagem continua a sua priorização pelo paciente e não os procedimentos em unidades de isolamento ou medidas de biocontenção e biossegurança, como fazíamos em outros momentos da nossa trajetória. Sabe-se que existem mais perguntas do que respostas, mas uma certeza temos: somente a pessoa que cuidamos pode espelhar a verdadeira imagem do (a) enfermeiro (a) e direcionar o nosso pensar e fazer, em busca de uma melhor qualidade de vida e uma prestação de cuidados de Enfermagem digna e justa como direito de todo cidadão brasileiro.
Finalmente, no que tange à participação da Enfermagem nestes processos de transformação, procuramos ampliar a nossa visão, delineamos novos objetivos e práticas e assumimos as concepções do cuidar e cuidado, como objeto de estudo, pesquisa e para o nosso fazer Enfermagem.
Prof. Me. Alexandre Araújo Freitas
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Cuidados Clínicos em Saúde, especializando em Enfermagem em Centro de Terapia Intensiva, especialista em Docência do Ensino Superior e graduado em Enfermagem.
Saiba mais sobre o Curso de Enfermagem da UniAteneu.