Nos últimos anos, o mundo enfrentou uma das maiores crises de saúde pública em consequência de uma infecção respiratória aguda grave causado pelo vírus Sars-CoV-2, tal infecção posteriormente chamada de Covid-19, que causou aproximadamente sete milhões de mortes no mundo. De forma eficiente e rápida, a ciência conseguiu sugerir estratégias de distanciamento e desenvolver vacinas que, mesmo com o surgimento de novas variantes do vírus, contribuíram para minimizar a progressão da infecção para a condição mais grave, favorecendo assim a diminuição das taxas de mortalidade.
Mesmo com o avanço da vacinação e a utilização de medidas protetivas, as infecções ocorriam, causando sintomas debilitantes na população. Mais recentemente, descobriu-se que mesmo após a infecção aguda as pessoas apresentavam sintomas persistentes consequentes da Covid-19 que se perduram por meses e até anos após a infecção. Essa condição denominou-se de Covid longa ou síndrome pós-Covid, que possui a fadiga, a falta de ar, a insônia e a disfunção cognitiva como os sintomas mais frequentes.
Diante do impacto que a síndrome pós-Covid provoca à qualidade de vida, intervenções baseadas em exercícios físicos em paciente com síndrome pós-Covid surgem como uma possibilidade de reabilitação. Propõe-se que programas de exercícios físicos para a reabilitação desses pacientes objetivem a melhora da função global da pessoa e incorpore exercícios de caráter aeróbicos e de força.
Atualmente, profissionais de Educação Física desenvolve o Estudo Recovery (@estudorecovery), um programa de reabilitação física para pessoas que apresentam sintomas persistente da Covid-19. Pacientes com falta de ar e fadiga, com determinado grau, podem participar. Após uma triagem inicial, é realizada uma bateria de exames (cardiológicos), testes físicos e nível de atividade física.
Posteriormente, os pacientes são direcionados para intervenção com exercícios físicos de forma semi-supervisionada ou para uma orientação para a prática de atividade física. A ideia do estudo é provar que um programa de exercícios físicos realizados de forma semi-supervisionada pode melhorar os aspectos físicos, cardiovasculares, qualidade do sono e qualidade de vida desses pacientes.
Prof. Me. Júlio César Barbosa de Lima Pinto
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu
Doutorando em Ciências Médicas, mestre em Educação Física, especialista em Treinamento de Força e em Fisiologia do Exercício e graduado em Educação Física (Bacharelado)
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