O papel da forense computacional como atividade de apoio a cybersecurity

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No cenário digital atual, a interconexão global e a dependência de sistemas computacionais criaram um ambiente fértil para ameaças cibernéticas. Nesse contexto, dois campos cruciais emergem: cybersecurity (segurança cibernética) e forense computacional. Embora distintos em seus objetivos fundamentais, eles se complementam de forma essencial, formando um ciclo vital de proteção e investigação. Este artigo explora a relação entre esses dois campos, destacando a sua importância conjunta na defesa contra as crescentes ameaças digitais.

Cybersecurity concentra-se na prevenção de ataques cibernéticos. Abrange um amplo espectro de práticas, tecnologias e processos projetados para proteger sistemas, redes e dados contra acesso não autorizado, uso indevido, divulgação, interrupção, modificação ou destruição. As estratégias de cybersecurity incluem:

Implementação de firewalls e sistemas de detecção de intrusão: Para monitorar o tráfego de rede e bloquear atividades suspeitas.
Utilização de softwares antivírus e antimalware: Para detectar e remover softwares maliciosos.
– Criptografia de dados: Para proteger informações confidenciais em trânsito e em repouso.
– Gestão de identidades e acessos: Para controlar quem tem acesso a quais recursos.
– Treinamento e conscientização de usuários: Para educar sobre práticas seguras on-line e reconhecer potenciais ameaças.
– Pentests: Com o objetivo de identificar vulnerabilidades antes que invasores maliciosos as explorem.

O objetivo principal da cybersecurity é minimizar a probabilidade de um incidente de segurança ocorrer. No entanto, mesmo com as melhores medidas preventivas, incidentes podem acontecer. É aqui que entra a forense computacional. A forense computacional, por outro lado, se dedica à investigação de incidentes de segurança. É uma área da ciência forense que aplica técnicas científicas e investigativas para coletar, preservar, analisar e apresentar evidências digitais de forma admissível em um tribunal. As etapas típicas de uma investigação forense computacional incluem:

Identificação: Reconhecer que um incidente ocorreu e determinar seu escopo.
Preservação: Isolar e proteger as evidências digitais para evitar contaminação ou alteração.
– Coleta: Adquirir cópias forenses dos dados relevantes usando métodos apropriados.
– Exame/Análise: Analisar os dados coletados para reconstruir eventos, identificar as causas do incidente e determinar os responsáveis.
– Documentação/Relatório: Registrar todas as etapas do processo investigativo e apresentar os resultados em um relatório claro e conciso.

A forense computacional não se limita apenas a investigações criminais. Ela também é crucial em:

Investigações internas de empresas: Para apurar fraudes, vazamentos de dados ou outras irregularidades.
– Disputas legais civis: Para fornecer evidências em casos de propriedade intelectual, difamação on-line, entre outros.
– Resposta a incidentes de segurança: Para entender a natureza de um ataque, conter danos e prevenir recorrências.

A relação simbiótica entre cybersecurity e forense computacional é evidente. A cybersecurity busca evitar o incidente, enquanto a forense computacional atua quando a prevenção falha, buscando entender como e por que o incidente ocorreu. As informações obtidas por meio de investigações forenses são extremamente valiosas para aprimorar as estratégias de cybersecurity, fechando brechas de segurança e fortalecendo as defesas.

Por exemplo, uma investigação forense pode revelar que um ataque explorou uma vulnerabilidade específica em um software. Essa informação pode ser usada para desenvolver patches de segurança, implementar novas regras de firewall ou melhorar os processos de gestão de vulnerabilidades. Em outras palavras, a forense computacional alimenta a cybersecurity com feedback crucial para aprimorar a postura de segurança.

Além disso, a forense computacional também contribui para a dissuasão de crimes cibernéticos. A certeza de que incidentes podem ser rastreados e investigados, com evidências legalmente válidas, serve como um forte desincentivo para potenciais criminosos. Em conclusão, poderíamos dizer que cybersecurity e forense computacional são dois lados da mesma moeda. A cybersecurity representa a linha de frente na defesa contra ameaças cibernéticas, enquanto a forense computacional garante que, mesmo quando as defesas falham, é possível permanecer em melhoria contínua da segurança.

Prof. Me. Valber Jones de Castro
Docente do Curso de Engenharia da Computação do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Climatologia e Aplicações nos Países da CPLP e África, especialista em Administração e Segurança de Sistemas, graduando em Engenharia de Software e graduado em Redes de Computadores.

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