A Fisioterapia como ciência sempre foi essencial para a prevenção, promoção da saúde e reabilitação física de indivíduos e sociedade. Contudo, à medida que a tecnologia avança e novos desafios surgem, a profissão se vê diante de um cenário em constante transformação. Surge a questão: Qual é o futuro da Fisioterapia? Ou mais especificamente, como será a atuação do fisioterapeuta do futuro?
O termo “Fisioterapia do futuro” traz à tona uma série de inovações tecnológicas, como a utilização de Inteligência Artificial (IA), robótica, realidade aumentada (RA) e telesaúde. Esses avanços podem proporcionar tratamentos mais precisos e personalizados, além de permitir a monitorização contínua do paciente. Podemos citar, por exemplo, os dispositivos vestíveis (relógios, pulseiras, óculos) e sensores de movimento que podem ser integrados ao cuidado fisioterapêutico, oferecendo feedback em tempo real sobre o progresso da reabilitação.
Por outro lado, a Fisioterapia sempre teve uma forte conexão humana. O toque terapêutico, a interação direta entre o fisioterapeuta e o paciente, o contato, por muitas vezes diários, produtores de vínculos entre os dois, a empatia e o relacionamento de confiança são elementos fundamentais no processo de reabilitação. Estes contrapontos fazem desenvolver uma discussão no âmbito profissional e educacional, sobre se a tecnologia pode, de fato, substituir a interação humana tão essencial durante o processo de alcance e/ou recuperação da saúde. Em vez de substituir, tende-se a concluir que a tecnologia precisa complementar, permitindo que os fisioterapeutas realizem um trabalho mais eficiente, ao mesmo tempo em que mantém intacto o lado humano da profissão, diferencial imperativo a todo fisioterapeuta.
A personalização também será um grande pilar no futuro da saúde. A análise genética e a biotecnologia poderão fornecer informações valiosas e assertivas para tratamentos cada vez mais focados no indivíduo. Terapias baseadas no DNA, por exemplo, podem otimizar os resultados ao focar nas necessidades específicas de cada paciente. Numa perspectiva inter e, até, transdisciplinar, as profissões correlatas, como a Educação Física e Nutrição também podem (e devem) se tornar mais integradas à Fisioterapia, com foco em prevenção, saúde ocupacional e qualidade de vida, acompanhando os pacientes desde a infância até a terceira idade.
Diante do exposto, podemos imaginar que a Fisioterapia do futuro será um equilíbrio entre a inovação tecnológica e o cuidado humanizado. Tecnologias inovadoras vão ajudar os profissionais a otimizar os tratamentos e a acompanhar a evolução de seus pacientes com mais precisão. No entanto, o verdadeiro sucesso da Fisioterapia continuará a depender do contato humano, da escuta ativa, do acolhimento e empatia, e da adaptação dos tratamentos às necessidades individuais de cada paciente. O fisioterapeuta do futuro deverá passar por uma evolução contínua, onde o passado e o futuro coexistem de maneira harmônica para oferecer o melhor cuidado possível.
Profª. Drª. Denise Gonçalves Moura Pinheiro
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu.
Doutora em Cuidado em Saúde, mestra em Medicina Preventiva e graduada em Fisioterapia.
Prof. Me. José Evaldo Lopes Júnior
Coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Ciências Fisiológicas, especialista em Saúde do Idoso e graduado em Fisioterapia.
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