“M” de M3GAN ou de Marketing

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Antes de imaginar que o sucesso de viralização das dancinhas nas redes sociais da boneca do filme M3GAN[1] ou alertas de spoiler cinematográfico seja o foco deste artigo de opinião, informo que não. Aqui, pretendo abordar que tornaria a M3GAN – ou outra boneca – um potencial produto de sucesso, sob uma perspectiva de Marketing, que não limitada ao seu “P” de promoção.

Mas qual seria o escopo para tal potencial? Há pistas sinalizadas ao longo desta reflexão. Vivenciamos uma realidade disruptiva e “baumaniana”, marcada por sua liquidez, conectividade questionável, porém, que também busca por atenção. Nessa, todos (as), amplamente, gostariam de ser tratados (as) e de se sentir especiais, reconhecidos (as) e valorizados (as)! E aí está uma pista do potencial que a M3GAN teria para sair do âmbito da ficção e se tornar um real produto, com sucesso de vendas.

A base de M3GAN – abreviação de Model 3 Generative Android –, diferente de outros brinquedos assassinos, que estrelaram filmes de terror como Chucky e Annabelle, não é mística ou sobrenatural, mas sim, tecnológica. Ciente disso, é importante frisar que a tecnologia deve atender à sociedade, quanto suas necessidades e também atuais desejos. Necessidades e desejos, que no filme, foram sintetizados por proteção física e emoção daquela que seria a usuária principal da M3GAN (Cady), a resultar numa missão assumida pela M3GAN, apesar de seu cumprimento esbarrar em dilemas éticos, os quais não foram a ela inicialmente protocolados.

A atenção em resposta à realidade que vivenciamos e, agora, a anunciada missão de proteção, que conseguiria atender não só a necessidades, mas também a desejos, condizem com poderosos bullet points de uma proposta de valor a ser atribuída à M3GAN. E somado a isso, ainda vem a inovação, em seu caráter radical de novidade e mudança na maneira da usuária brincar, interagir e aprender e, principalmente, a experiência proporcionada.

Diante disso, sinceramente, acredito que, apesar de advim da ficção, M3GAN representa uma proposta de valor inspiradora, atraente e competitiva, cujos bullet points, as organizações contemporâneas, devem não só se preocupar em assumir, mas também em tentar oferecer aos seus clientes. Todavia, para além de terror homem x máquina, aludido por M3GAN, talvez outra boneca mereça também reflexão: a Barbie, com a sua missão de enfrentar a “brecha do sonho”. Será que pauta para um próximo artigo?

[1]M3GAN. Direção de Gerard Johnstone. Produção de James Wan; Jason Blum; Michael Clear; Couper Samuelson; Atomic Monster, Blumhouse Productions. Roteiro de Akela Cooper. Califórnia: Universal Pictures, 2023 (1h42m).

Prof. Me. Guipson Fontes Pinheiro Neto
Docente do Curso de Marketing do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Administração e Controladoria e graduado em Administração

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