“O emprego, como troca de prestação de serviços por algum tipo de remuneração, está perdendo seu espaço para outras formas de parcerias” (Zimmerer & Scarboroug).
Em um cenário de economias globalizadas com grandes desafios a serem solucionados, agravados por uma pandemia e depois potencializados por uma guerra no leste europeu, levou essas economias a reverem suas políticas fiscais e monetárias, exigindo medidas como o implemento das políticas positivas (auxílios emergenciais), emissões de moedas e o aumento da taxa de juros, como forma de conter a alta da inflação e evitar demissões em massa.
Essas medidas tem como objetivo evitar a perda do poder aquisitivo da sociedade, acarretando assim uma diminuição da taxa de crescimento das economias globais. Exigindo também, por partes da iniciativa privada, um reposicionamento estratégico de suas empresas. Essas crises levaram o trabalhador do emprego formal ao informal, gerando, consequentemente, uma busca pelo empreendedorismo.
Segundo Gerber (190), o empreendedor pode ser conceituado como uma pessoa que tem uma personalidade que transforma a condição mais insignificativa numa excepcional oportunidade, identificando problemas e desenvolvendo soluções, e busca investir recursos na formação de valores pessoais e coletivos para uma sociedade melhor, ou seja, o catalizador das mudanças.
É oportuno salientar alguns aspectos (perfis) da personalidade de um bom empreendedor: ter um desejo por responsabilidade; buscar sempre o resultado positivo para o negócio; preferir ter o controle sobre os recursos; ter preferência por riscos moderados, trabalhando com riscos calculados e dificilmente joga (arisca tudo); ser bastante confiante nas suas habilidades que possam levá-lo ao sucesso, baseado sempre na realidade; sentir desejo de contínuo feedback, buscando constantemente apoio e opiniões sobre seu desempenho; apresentar elevado nível de energia, ter mais motivação que a média das pessoas, pois é fator crítico para o início de um novo negócio; manter uma orientação futura e um bom planejamento; ter capacidade de organização no sentido de escolher as pessoas e os recursos certos; e possuir visão do dinheiro como símbolo do sucesso e não um fim em si mesmo.
Existe uma grande variedade de motivos que levam as pessoas a terem seu próprio negócio: a vontade de ganhar dinheiro, pois não conseguem enxergar crescimento econômico na condição de empregado; desejo de sair da rotina e levar suas próprias ideias adiante; vontade de ser seu próprio patrão e não ter de dar satisfação a ninguém sobre seus atos; desejo de desenvolver algo que traga benefícios, não só para si e seus familiares, mas também para a sociedade.
O empreendedorismo pode ocorrer de duas formas, por necessidade ou por oportunidade. O empreendedorismo por necessidade acontece, por exemplo, quanto um empregado perde o emprego (posto de trabalho formal) e não consegue voltar rapidamente para o mercado de trabalho. Entretanto, por oportunidade exige a necessidade da formulação de um excelente Plano de Negócio (grifos do autor).
É no contexto de empreendedorismo por oportunidade que deve ocorrer o empreendimento, pois um bom planejamento produzirá resultados mais satisfatórios e previsíveis, proporcionando assim, uma visão positiva de futuro para o negócio. Esse plano deve contemplar em seu escopo itens fundamentais como: introdução, sumário descritivo, a empresa e seu ramo de atividade, nome do negócio, nome de fantasia, análise do ramo, estratégias adotadas, produtos e/ou serviços, descrição, uso/propriedade, potencial, tecnologia e habilidades, pesquisa de mercado e avaliação, consumidores/clientes, tamanho de mercado, tendências e segmentos, concorrência, análise das forças e fraquezas, das oportunidades e ameaças, fatia estimada de mercado e vendas e avaliação das tendências de mercado.
Além dos itens acima citados, deve-se contemplar também os seguintes planos: plano de marketing: estratégia mercadológica global, política de preços, táticas de vendas e distribuição (previsão de vendas), política de serviços, garantias e assistência técnica, comunicação, propaganda e promoção, margem de contribuição, lucratividade e análise do ponto de equilíbrio; plano de pesquisa e desenvolvimento: grau/nível de desenvolvimento e atividade de P&D, dificuldade e riscos, melhorias no produto/serviços e novos produtos/serviços e custos.
Plano de produção/operações: localização geográfica, facilidades e melhorias, estratégias e planos e mão-de-obra; plano da equipe administrativa: organização: atividades e responsabilidade, pessoas chaves, participação societária, conselho e grupo de diretores, necessidades de treinamento, serviços profissionais externos (consultores, cursos entre outros), cronograma de atividades (mensal), plano de riscos, pressupostos e problemas; plano de impacto na comunidade: econômico, desenvolvimento humano, desenvolvimento da comunidade, ambiente (ecológico); plano de garantias do empreendedor para o investidor: nível de financiamento desejado, bens em garantia, uso de fundos; plano financeiro: projeção de lucros & perdas, projeção de fluxo de caixa estimado, balanço projetado e gráfico de pontos de equilíbrio (grifo do autor).
Ao agir baseado em um plano de negócio, o empreendedor terá maior facilidade de alcançar como sucesso seus objetivos.
Prof. Dr. Ernesto Cezar Xerez de Castro Filho
Docente do Curso de Administração do Centro Universitário Ateneu
Doutor e mestre em Ciência da Educação, especialista em Administração da Gestão no Ensino Superior, em Administração e Negócios e em Administração Escolar e graduado em Educação Física.
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