Hoje, conversando com colegas, chegamos à uma conclusão. A Fisioterapia recebeu um destaque importante nesta pandemia! É prudente que antes de nos atentarmos a esta afirmação, tenhamos consciência de que, das profissões atuantes nos hospitais neste enfrentamento, a Fisioterapia é apenas um bebê. O nascimento de nossa profissão, assim como inúmeros avanços da Medicina, ocorreu em período pós-guerra mundial. Surgimos em meados do século XX pela necessidade de inserção dos combatentes, lesionados e muitas vezes amputados, na sociedade. Comparativamente com a Medicina e Enfermagem, nós estamos engatinhando!
Foi somente em 13 de outubro de 1969 que a Fisioterapia ganhou forma legal, direitos e deveres. Os profissionais agregaram conhecimentos, novas descobertas, diversas técnicas, sofisticando sua prática, desenvolvendo ciência e separando campos de atuação. Sendo tão nova, a busca de quebra de paradigmas e a busca de uma atuação baseada em evidências, nortearam as décadas de 1990 e as que seguiram.
Inserida numa equipe multidisciplinar, composta de médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e técnicos de enfermagem, a Fisioterapia, como uma criança começando a andar com as próprias pernas, conseguiu seu espaço e a confiança de seus colegas e administradores, tendo voz ativa dentro de ambientes hospitalares. A Covid-19 mostrou-se para o profissional fisioterapeuta como uma “guerra mundial” transforma um caos em oportunidade de amadurecimento. Ainda estamos em momentos de incerteza, conhecendo o agente agressor e descobrindo a melhor forma de combatê-lo.
O fisioterapeuta respiratório e intensivista, apesar de estar muito bem preparado no tratamento de afecções em curso no mundo, criou protocolos, métodos e instrumentos para este cenário, que promoveram a recuperação antecipada, a redução dos agravos ocasionados pelo vírus e a desospitalização precoce. Por conta disso, a fisioterapia recebeu um destaque importante nesta pandemia!
Hoje, passadas duas ondas, estamos observando um panorama de sequelados pós-Covid-19. São pessoas afetadas que necessitam de fortalecimento muscular, de melhora de condicionamento físico, retorno a suas atividades laborais, ganhos em coordenação motora, equilíbrio, alongamento… uma gama de efeitos debilitantes. Daí, podemos nos perguntar: Qual profissional mais se encaixa nesta empreitada para esses pacientes? E nesse sentido, podemos afirmar que a Fisioterapia ainda deverá ter importante destaque nesta pós pandemia!
Alerto a estudantes e profissionais da necessidade de acompanharmos a valorização conseguida até agora. Precisamos nos atualizar, fazer ciência e divulgar todas as áreas de nossa atuação. Nós somos singulares! Nos fazemos presentes desde áreas como uruginecológica, a cardiovascular, de fisioterapia esportiva, passando por neonatologia e pediatria. Nós precisamos nos valorizar. Somente assim teremos sempre destaque na sociedade!
Prof. Me. João Paulo Romcy
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Saúde Coletiva, especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória e fisioterapeuta
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