Existem percepções educacionais que acabam tornando-se tradições e até paradigmas que refletem diretamente na formação de um sujeito, ou seja, o processo de construção do conhecimento é podado devido à falta de percepção do seu significado. No espaço escolar, os estudantes não compreendem a necessidade de se estudar alguns conteúdos, visto que, em suas percepções, trata-se de conhecimentos “desnecessários” para o seu interesse pessoal. Neste mesmo viés, muitos acadêmicos não se apropriam da base curricular dos seus cursos para compreender os conteúdos específicos.
Felizmente, o espaço educacional ainda preserva a visão propedêutica (disciplinas de base – Português, Matemática, Filosofia, Sociologia, entre outras) no processo de formação. Porém, a atratividade continua “zero”, pois a formação dos professores para este contexto não contempla a ação motivacional, visto que, tal comportamento é subjetivo e temporal em um ciclo profissional individualizado. Com o mesmo sentimento, festejo a importância de contextualizarmos a base nas disciplinas não propedêuticas com a perspectiva de direcionarmos habilidades e competências de forma segmentada sobre as necessidades de proporcionar significado e significância em uma escolha profissional.
Por isso, em vez de separarmos as percepções metodológicas e conteudistas, nos espaços educacionais, existem mais vantagens em procurarmos caminhos que possibilitem a contextualização da grade curricular da base propedêutica e das disciplinas não propedêuticas. Por exemplo, o novo Ensino Médio contempla a formação do sujeito por meio de itinerários que mantém conteúdo das disciplinas propedêuticas e a aplicação destes mesmos conteúdos em trilhas de atividades não propedêuticas que são correspondentes à escolha do próprio estudante. Sobre esta mesma percepção, os cursos de graduação procuram adaptar seus currículos para manter e atrair estudantes, como por exemplo: Comunicação Oficial ou Português Instrumental é Português; Sociologia Aplicada à Moda é Sociologia, e assim por diante.
É necessário reconhecer que a contextualização dos conteúdos é integralmente importante para a formação profissional e escolar, assim como a construção do conhecimento, porque corresponde à identidade de um indivíduo em um campo individual e coletivo, que correspondem à prática social. A formação deve ser integrada e significativa na medida certa, em um contexto prático. É preciso levar o estudante a um estágio de apropriação lógica de um conhecimento para que a cultura formativa seja mudada na visão das futuras gerações, para que possamos substituir a percepção da obrigatoriedade pela sensação de necessidade.
Profª. Sherida Nayara Alves da Silva
Docente do Curso de Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Ateneu
Tem MBA em Gestão de Pessoas, é especialista em Psicopedagogia, graduanda em Gestão em Recursos Humanos e graduada em Pedagogia e Turismo.
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