Uma dúvida muito comum e recorrente entre os meus alunos, principalmente, entre aqueles que já estão inseridos no mercado de trabalho, é a seguinte: “Professor, é melhor fazer cursos de certificação ou pós-graduação”? A verdade é que, apesar do mito de que estas possibilidades sejam mutualmente excludentes, na verdade, elas não o são. Vai depender muito da fase de carreira que o aluno se encontra e, principalmente, quais os objetivos de carreira que o aluno tem (e que muitas vezes variam, com o passar do tempo).
Os cursos de certificação têm como objetivo qualificar os profissionais no conhecimento técnico de produtos dos grandes players (Microsoft, Cisco, AWS, Oracle, RedHat, IBM etc.) do mercado. Praticamente todas as grandes empresas do setor tem divisões destinadas não só a dar estes cursos, mas também a montar e manter um verdadeiro ecossistema, de forma não só a orientar o aluno sobre quais cursos (e qual sequência) devem ser feitos para que o mesmo possa obter o maior conhecimento possível sobre os produtos e tecnologias empregadas pelas mesmas, mas também ajudam a aumentar a empregabilidade dos alunos, seja de forma direta (informando oportunidades de estágio e emprego), como de forma indireta (muitas empresas exigem, ao contratar profissionais, que os mesmos tenham algum curso de certificação em determinados produtos).
Já a pós-graduação tem como finalidade fornecer uma profundidade maior de conhecimentos, dentro da sua área de formação, aperfeiçoando habilidades em áreas mais específicas (e por tabela, lhe ajudando a ser destacar, devido à estas habilidades). De forma bem resumida, temos três tipos de pós-graduação: especialização (cursos de 360 horas); mestrado (duração de 2 anos, indicado para quem deseja seguir carreira acadêmica, com pesquisa científica e docência); e doutorado (semelhante ao mestrado, mas com 4 anos de duração e oferecendo o título de doutor).
Agora que conhecemos as duas possibilidades e suas finalidades, fica mais fácil tomar uma decisão sobre qual caminho seguir, de acordo com o seu momento profissional. A certificação é mais indicada para aqueles que desejam se qualificar para uma inserção mais rápida no mercado de trabalho (fornecendo um diferencial), ou almejam uma posição de trabalho que, por sua vez, exige que o candidato tenha uma certificação. Todavia, nem tudo são flores. As certificações, em sua grande maioria, têm validade. Assim, para quem pretende manter a certificação, necessita, regularmente, se atualizar e refazer as provas. É a forma que as empresas tem de garantir que os alunos que fazem certificação estejam atualizados com as características das últimas versões dos seus produtos.
Já a pós-graduação permite, no longo prazo, que o aluno expanda seus conhecimentos sobre tecnologias, sem necessitar estar atrelado à algum produto fornecido por alguma empresa. Isto permite não só integrar produtos de fornecedores distintos, para prover soluções até então não imaginadas, como também, sob certas circunstâncias, quebrar fronteiras de conhecimento. Muitas empresas têm, em seus planos de carreiras, percentuais de aumento de salário, de acordo com sua titulação. O lado “ruim” é que esta opção necessita de um planejamento de longo prazo, em vários aspectos, mas, principalmente, em termos de tempo.
Enfim, nada impede que que o aluno siga as duas opções (na verdade, conheço muitos que assim o fizeram). Digo que ambos são complementares. Mas, independentemente da opção escolhida, nada substitui a experiência prática no mercado de trabalho.
Prof. Abívio Soares Pimenta
Docente do Curso de Redes de Computadores do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Administração e Segurança em Sistemas Computacionais e graduado em Redes de Computadores
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