Atendimento odontológico em gestantes: aspectos gerais

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O atendimento odontológico de pacientes gestantes representa para alguns dentistas um grande desafio, já que há o receio que possam surgir complicações na mãe e no bebê. As repercussões que as alterações fisiológicas geram na saúde bucal de gestantes são bem conhecidas, destacando-se o aumento dos níveis de inflamação periodontais em decorrência de níveis hormonais elevados (PIRIE et al., 2007).

São observadas também alterações sistêmicas na gestante, como ganho de peso, diminuição da capacidade respiratória, hipotensão posicional quando deitadas, necessidade de urinar com maior frequência, bem como alterações comportamentais na gestante que repercutem na sua dieta e em seus hábitos de saúde bucal (STEINBERG et al., 2013).

Estudos demonstram que o atendimento odontológico não deve ser limitado ao tipo de tratamento ou período gestacional, ficando o cirurgião-dentista de fazer de forma ponderada e responsável a avaliação cuidadosa da relação risco-benefício (IHEOZOR-EJIOFOR et al., 2017; MANRIQUE-CORREDOR et al., 2019). Os procedimentos odontológicos curativos podem ser realizados durante toda a gestação, observando sempre a necessidade de considerar o incômodo e desconforto das gestantes em estágios mais avançados da gestação, sendo importante respei­tar a individualidade de cada caso.

Ressalta-se que nas urgências odontológicas, a situação deve ser avaliada criteriosamente e a paciente tratada de maneira a aliviar a sua dor, desconforto ou infecção. A retirada desses fatores estressantes se constitui em uma das ações mais significativas da prática odontológica em razão da sensibilidade aumentada no período gestacional. (IHEOZOR-EJIOFOR et al., 2017; MANRIQUE-CORREDOR et al., 2019).

Mesmo não havendo evidência de restrição ao atendimento odontológico em gestantes, deve-se ter em mente que para a realização de procedimentos eletivos, o mais importante é saber como a gestante se sente em relação ao atendimento, levando em conta o seu bem-estar geral. Considerando esse aspecto, diversos profissionais reputam o segundo trimestre como sendo o mais adequado para o atendimento.

REFERÊNCIAS:

IHEOZOR-EJIOFOR, Z. et al. Treating periodontal disease for preventing adverse birth outcomes in pregnant women. Cochrane Database Syst Rev, v. 6, n. 6, p. Cd005297, Jun 2017.
MANRIQUE-CORREDOR, E. J. et al. Maternal periodontitis and preterm birth: Systematic review and meta-analysis. Community Dent Oral Epidemiol, v. 47, n. 3, p. 243-251, Jun 2019.
PIRIE, M. et al. Dental manifestations of pregnancy. Obstet Gynaecol, v. 9, p. 21- 26, Jan 2007.
STEINBERG, B. J. et al. Oral health and dental care during pregnancy. Dent Clin North Am, v. 57, n. 2, p. 195-210, Apr 2013.

Prof. Me. Valmirlan Fechine Jamacaru
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciências Médico-Cirúrgicas, especialista em Estomatologia e Cirurgia Oral Menor e graduado em Odontologia

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