Toda profissão, atualmente, está em contínua transformação, tanto pelas dificuldades no surgimento de novas ferramentas tecnológicas quanto na situação contemporânea do surgimento de novos ramos de exercício profissional. Nesse cenário, o farmacêutico também deve ser um especialista dinâmico, tentando buscar acompanhar a evolução do mercado. Cabe às instituições de ensino superior adequar-se a esses avanços tecnológicos e preparar seus discentes, atualizando periodicamente sua matriz curricular.
Quando um profissional é preparado por uma unidade acadêmica antenada para as novas tecnologias e perspectivas, torna-se mais fácil este egresso se inserir no mercado de trabalho vigente. Por sua vez, o agente sanitário, na sua formação, além de participar dos avanços da saúde, deve procurar construir maneiras resilientes e criativas de assegurar a promoção do atendimento de saúde da sociedade. Nesse caminho, evidencia-se que, pela formação acadêmica, o profissional farmacêutico sai sensíveis ao seu papel de defensores do uso racional do medicamento.
Pois, antes, com o crescimento da tecnologia, da pesquisa e da evolução industrial, o farmacêutico voltou-se para a tecnologia, a produção e o aperfeiçoamento de fármacos, ficando longe do seu papel principal que é a efetivação de terapêuticas farmacológicas seguras para a população. Hoje, com a mudança de paradigma do fazer da assistência sanitária voltada para o bem-estar do paciente e não mais só o aperfeiçoamento científico, o farmacêutico expandiu suas áreas de atuação profissional, tornando-se mais presente na sociedade, ou seja, tornando-se visível, agente transformador da mesma.
Assim, nesse novo movimento, o farmacêutico para melhorar a comunicação e logo acompanhar a terapêutica de seus clientes, teve que caminhar junto a essas novas realidades tecnológicas. O mundo moderno está cada vez mais interagindo através da Internet, sendo as mídias sociais um forte aliado e facilitador desse processo. O exercício dos serviços de saúde teve que acompanhar a revolução tecnológica multimídia para ampliar sua atuação e aproximar-se do seu paciente, através de sites, blogs, podcasts, WhatsApp, videoconferências e plataformas diversas como Facebook, Instagram, TicTok, Kwai e YouTube (situação essa mais evidenciada na pandemia da Covid-19).
Frente a todas essas mudanças, ficam alguns questionamentos pertinentes. Será que essa educação sanitária virtual gera assistência à população efetivamente? E será que essa revolução da comunicação on-line está deixando realmente o atendimento à saúde mais próximo e promocional à sociedade? No universo farmacêutico, questiona-se: Será que uma atenção conduzida totalmente cibernética pode gerar um eficiente acompanhamento terapêutico? E, numa reflexão mais ampla, será realmente se fará necessário, numa farmácia comunitária, a presença de um farmacêutico tendo uma máquina, uma IA (inteligência artificial), na unidade?
A evolução cibernética é uma realidade no mundo atual, mas deve ser utilizada e conduzida com responsabilidade e racionalidade que garanta a integridade e respeite as reais necessidades do ser humano. Nesse sentido, os profissionais de saúde, como o farmacêutico, devem usar as mídias e as inovações tecnológicas nas ações sanitárias para garantir, unicamente e essencialmente, a integridade de seus agentes e do bem-estar social.
Prof. Ms. Alexandre Pinheiro Braga
Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário Ateneu
Doutorando e mestre em Saúde Coletiva e graduado em Química e Farmácia
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