O herpes simples é uma infecção viral causada pelo vírus herpes humano (HSV), sendo uma das infecções que mais acomete os seres humanos. O herpes simples tipo 1 (HSV-1) é o subtipo que acomete, principalmente, a região de boca e face. Essa patologia envolve as fases de infecção primária, latência e infecção recorrente (NEVILLE et al., 2016).
O herpes labial clinicamente corresponde à fase recorrente, e caracteriza-se por pápulas eritematosas e dolorosas, que em grande número formam depois agrupamentos de vesículas que se rompem, formando crostas (NEVILLE et al., 2016). Estudos revelam que o uso da laserterapia de baixa potência associada ao tratamento de lesões de boca resulta em vantagens no controle dos sinais e sintomas da inflamação, diminuindo a dor, o edema e o incômodo do paciente, e ao mesmo tempo auxiliando na regeneração tecidual.
No caso específico do tratamento do herpes simples, por esta técnica, um dos principais benefícios mencionados é o encurtamento do ciclo dessa infecção viral. Esses efeitos benéficos são obtidos pela aplicação da laserterapia por meio de comprimentos de onda entre 600 e 1000 nm e potências de 1mW a 5W/cm2 (HUANG et al., 2009). O laser terapêutico de baixa potência não possui ação curativa de forma direta. No entanto, tem apresentado efeitos contra a dor e inflamação e também ações reparadoras nos tecidos, justificando assim o seu uso quando se deseja a cicatrização mais rápida de tecidos.
Esses efeitos benéficos ocorrem em razão da estimulação de algumas funções como a estimulação de linfócitos, a ativação dos mastócitos, o aumento na produção de ATP mitocondrial e a proliferação de vários tipos de células, gerando, desse modo, ações anti-inflamatórias (MEIXEDO, 2019). Além das ações terapêuticas já citadas, o tratamento com laser traz algumas vantagens como o custo barato e acessível e a inexistência de efeitos colaterais importantes, podendo diminuir o tempo de reparação e a frequência de surgimento das lesões sem causar dor.
É de grande importância que o cirurgião-dentista possa entender a laserterapia como uma alternativa terapêutica para o tratamento de lesões de herpes labial, sendo já reconhecidas a sua eficácia e segurança, obtendo benefícios que podem suplantar o tratamento convencional.
REFERÊNCIAS:
HUANG, Y. Y. et al. Biphasic dose response in low level light therapy. Dose Response, v7, n.4, p. 358, 2009.
MEIXEDO, V. G. Laser de baixa intensidade em aftas e herpes protocolos clínicos. Faculdade de medicina dentária do Porto. V1, p. 1-51, 2019
NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 4a. ed. Rio de Janeiro: Elservier, 2016.
Prof. Me. Valmirlan Fechine Jamacaru
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu.
Mestre em Ciências Médico-Cirúrgicas, especialista em Estomatologia e Cirurgia Oral Menor e graduado em Odontologia.
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