A Arquitetura e o domínio da forma

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A história da Arquitetura pode ser vista como a história dos homens dando forma ao espaço. O espaço é o lugar continente de todos os corpos, extensão onde ocorrem todos os eventos, o meio vazio onde os seres se locomovem e onde estão situados os objetos, e que pode ser caracterizado por polaridades, tais como aberto/fechado, público/privado e amplo/confinado.

A forma é a entidade geradora do espaço, é a configuração dada à matéria, aquilo que se apresenta aos nossos sentidos imediatamente, antes de qualquer reflexão sobre o objeto e que tem conexão com o desenho (com as linhas, espaços, volumes, geometrias, planos e cores). Como conteúdo, a forma transmite valores e remete a determinados significados.

Ao longo da história, a ideia de forma ora é vista como ideal permanente – como nos períodos clássicos –, ora é vista como possibilidade de novas expressividades – como na modernidade do século XX. A forma pode, assim, surgir de referências arcaicas ou da própria essência criativa – como no Expressionismo, que se valia da inovação, produzindo volumes incomuns.

Não tem a forma uma base exclusivista, pois mesmo a arquitetura do Movimento Moderno não excluía sistemas formais antigos. Sem negar a possibilidade de uma nova arquitetura, inúmeras manifestações modernas da Arquitetura trataram a forma como valor permanente, contrariando o preceito que tem a forma como resultante de acentos plásticos plasmados em si mesmo.

Outras manifestações ampliaram os experimentos formais, sociais e tecnológicos da Arquitetura, sobretudo a partir da década de 1960, com o estabelecimento da sociedade informacional, que permitiu a busca por novas expressividades nas formas. É pela forma que a Arquitetura se manifesta visualmente, torna-se figura, paisagem, independentemente da natureza do espaço concebido – estático, dinâmico, homogêneo, heterogêneo, encerrado, fluido.

Na concepção de um ente arquitetônico, é preciso que se defina um arranjo geométrico, uma estrutura de disposição de elementos gráficos que leve ao resultado formal do objeto projetado – o que se pode chamar de composição. Ao longo da história da Arquitetura, mecanismos de composição foram se estabelecendo – como os códigos clássicos, a codificação construtiva da Idade Média, a tipologia como mecanismo de projeto e a metodologia moderna com ênfase na funcionalidade.

Todos esses mecanismos levam a um resultado formal, plástico, que entrelaçado às possibilidades do lugar e aos outros dois conceitos da tríade vitruviana – utilidade e solidez – compõem a essência da arquitetura.

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  1. Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro, 1937-1944. Marcelo e Milton Roberto. Volumes simples, pureza plástica, realce do sistema colunar. Arquitetura tecnicamente moderna e plasticamente clássica
  2. Centro George Pompidou, Paris, 1971-1977. Renzo Piano e Richard Rogers. A técnica como definidora da forma. A transparência e a externalização do exoesqueleto e das tubulações anulam a possibilidade da caixa fechada, destacando a relação fluida e aberta entre o interior e a praça
  1. Museu Guggenheim, Bilbao, Espanha, 1992-1997. Frank Gehry. Volumes concebidos aleatoriamente, revelando uma instabilidade formal condizente com as ideias de fragmentação e cenografia, negando a severidade clássica de um todo monolítico.

Prof. Dr. Antônio Martins da Rocha Jr.
Docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ateneu.
Doutor em Arquitetura e Urbanismo, mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, especialista em Arquitetura e Instrumentação Crítica e graduado em Arquitetura e Urbanismo.

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