Você já escutou falar sobre a expressão “descasque mais, desembale menos”? Muitas pessoas têm utilizado em suas redes sociais e pode fazer muito sentido hoje em dia, principalmente, em um cenário mundial em que sobrepeso e obesidade são alarmantes. Assim, a Nutrição e tudo que envolve alimentação se tornou foco para boa parte da população. Dieta, atividade física, bem-estar físico e emocional e tudo que esteja relacionado com saúde são assuntos debatidos diariamente que tomaram grandes proporções nas mídias sociais.
Aliado a esse cenário, a população tem vivenciado um momento de muita correria, onde o estilo de vida exige bastante dinamismo e praticidade. Dessa forma, os produtos industrializados entram como estratégia importante para facilitar a vida dos consumidores. Entretanto, os alimentos em “pacotinhos” são condenados por muitos e boa parte desse processo está associado à complexidade do entendimento por trás dos produtos industrializados.
Lista de ingredientes, aditivos, tabela de informação nutricional, contém, não contém, pode conter… São tantas informações que dificultam a compreensão por boa parte da população, incluindo, profissionais da área de saúde como os nutricionistas. É preciso conhecer para que possamos falar sobre temas que envolvam tamanha complexidade e riqueza de detalhes, como os produtos industrializados. Não é tão fácil quanto acessar as tabelas de composição dos alimentos e olhar apenas para os nutrientes, mas é preciso que os nutricionistas se apropriem ao máximo para facilitar a vida das pessoas que tenham essa necessidade no seu dia a dia.
Ler rótulos e pesquisar ingredientes que façam parte dos alimentos, entendendo quais suas funções e seus objetivos, é de extrema importância para que as orientações sobre as escolhas dos produtos sejam assertivas e facilitem a vida dos consumidores. É preciso desmistificar a condenação generalizada a respeito dos alimentos industrializados, a velha história de “vilão ou mocinho”. Em várias situações vai ser necessário o consumo desses produtos processados e precisamos entender que isso não é necessariamente um problema, vai depender, e sempre vai depender, do que estamos avaliando, para quem estamos orientando o consumo, a quantidade do alimento ingerido, qual a condição financeira, hábitos de vida, necessidades e escolha do paciente.
Leiam sempre e cada vez mais os rótulos, procurem entender, para que esses alimentos sejam aliados às condutas nutricionais e não mais um fator que colabore para o que tem acontecido de forma desproporcional e equivocada, o famoso “terrorismo nutricional”.
Profª. Drª. Danielle Alves da Silva Rios
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Ciência e Tecnologia dos Alimentos, mestre em Engenharia e Ciência dos Alimentos e graduada em Nutrição e em Engenharia de Alimentos. Tem experiência em docência no Ensino Superior, Nutrição Clínica e Nutrição em Saúde da Mulher.
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