O comércio e suas relações com a cidade estão dentro do significado da urbanidade. Assim, a civilização sempre se desenvolveu com a existência de eventos, momentos e ambientes destinados a trocas comercias. Dessa maneira, percebe-se a função de articulação dos espaços comerciais dentro dos espaços urbanos. Estes espaços sempre foram polo de atração para encontros, socialização, veiculação de informação e demais trocas econômicas e sociais.
Como elemento importante para o meio, a projeção e construção dos ambientes comerciais é uma área de estudo de grande relevância. Portanto, abordaremos aqui sobre os elementos construtivos básicos para os mesmos. O piso de um ambiente geralmente é a maior extensão revestida de um projeto, com material resistente. Por consequência, sua influência no resultado estético e funcional final do espaço é de grande magnitude. É importante considerar que quanto menor o projeto, mais vantajoso será uniformizar essa textura de maneira a integrar e consequentemente ampliar os ambientes, onde segundo Gurgel (2008), esse resultado pode ser obtido através de uma percepção visual de unidade. Exemplo dessa unificação: porcelanato da mesma cor, carpete, vinílico entre outros.
Também como função de direcionar os fluxos, o piso pode estabelecer limites e orientar o usuário dentro do ambiente através das paginações de piso. É válido ressaltar que, para instalações elétricas e de telefone, a estratégia do piso flutuante pode ser a melhor opção. Embora mais cara, essa decisão construtiva pode trazer muitos benefícios para possíveis manutenções e ainda auxilia no controle de ruídos por impacto.
Para a escolha dos pisos, é importante considerar características sustentáveis e resistentes. A acessibilidade é um ponto que precisa ser averiguado e especificado de maneira correta, tal como é interessante que os pisos táteis sejam instalados com uma cor em contraste do piso existente, devendo ter largura mínima de 25cm (GURGEL, 2008).
Na classificação podemos encontrar o piso tátil de alerta e piso tátil direcional. O primeiro pode ser considerado um piso a ser instalado antes e depois das escadas, rampas, elevadores, portas e ao redor de elementos suspensos (balcões e telefones de parede). O segundo pode ser classificado como uma linha de guia na qual será o elemento fundamental para o direcionamento do usuário (GURGEL, 2008). É fundamental verificar a legislação municipal e a norma NBR 9050 para entender todos os pormenores que devem constituir esse elemento do projeto.
Os pisos de carpetes, concreto, mármore, granito, granilite, cerâmica, porcelanatos, pastilhas, madeiras, laminados, vinílicos, pisos de borracha, entre outros, são alguns dos revestimentos muito utilizados no piso desses ambientes. Esses revestimentos possuem caraterísticas, formas e resistências diferentes, devendo ser observado suas propriedades antes da escolha. Se o ambiente projetado for de alto fluxo de pessoas, é necessário um material mais resistente a riscos. Se for baixo fluxo, pode-se escolher um material que se adeque a essa demanda, muitas vezes tendo até um melhor custo benefício.
Para tanto, um bom profissional de Arquitetura poderá analisar as opções e caraterísticas baseadas no tipo de espaço que está sendo projetado, aliando função e estética para que a proposta final fique coerente com a necessidade do ambiente em questão.
Referências Bibliográficas
GURGEL, Miriam. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas comerciais. 2. ed. São Paulo: SENAC, 2008.
Profª. Ma. Cindy Rebouças Palmeira
Docente do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Ciências da Cidade, especialista em Arquitetura de Interiores e graduada em Arquitetura e Urbanismo
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