Reconsiderando o treinamento funcional

  • Categoria do post:Saúde
No momento, você está visualizando Reconsiderando o treinamento funcional

O treinamento funcional tem se consolidado como uma abordagem eficaz para a melhoria do desempenho físico e prevenção de lesões. É um contínuo de exercícios que ensina os atletas a lidar com o seu peso corporal em todos os planos de movimento e tenta empregar posições que façam sentido para o participante. Diferente dos métodos tradicionais, ele prioriza movimentos naturais do corpo. No entanto, para que isso seja realmente eficiente, é fundamental que treinadores e treinadores físicos compreendam a sua aplicação correta e estejam abertos a atualizações constantes em programas de treinamento.

O grande diferencial do treinamento funcional está na aplicação da anatomia funcional ao exercício. Em vez de focar apenas no desenvolvimento de músculos isolados, ele busca integrar movimentos que façam sentido para o praticável, promovendo maior eficiência motora e redução do risco de lesões. Embora o treinamento em superfícies seja instável, seja uma progressão possível, ele não deve ser considerado a base do treinamento funcional. O foco deve estar na construção de habilidades como velocidade, força e potência.

Muitas vezes, boas ideias são rejeitadas por sua aparente simplicidade. No entanto, os treinadores eficazes não se deixam levar por tendências passageiras, mas sim por métodos que demonstrem resultados consistentes. Isso exige um olhar crítico sobre o próprio trabalho, avaliando constantemente os programas de treinamento e ajustando-os conforme necessário. Não se trata de apego a exercícios específicos, mas de um compromisso contínuo com a eficácia.

Um erro comum entre atletas e treinadores iniciantes é acreditar que aumentar o volume de treino sempre traz melhores resultados. Na realidade, o excesso de estímulo pode prejudicar a recuperação e comprometer a evolução do atleta. O treinamento de força, por exemplo, deve ser entendido como um equilíbrio entre estímulo e resposta, sendo a qualidade da execução, o descanso e a nutrição fatores determinantes para o sucesso do programa.

Outro equívoco frequente é a tentativa de replicar metodologias de equipes ou atletas de elite sem considerar o contexto. O sucesso pode ser influenciado por fatores como genética, recrutamento e condições de treinamento. Em vez de simplesmente copiar modelos, é mais produtivo estudar e aplicar técnicas que demonstrem eficácia em diferentes cenários.

O treinamento funcional é uma ferramenta poderosa para a otimização do desempenho e a prevenção de lesões, mas a sua aplicação requer conhecimento e flexibilidade. Os treinadores devem estar seguros de testar, descartar ou reincorporar métodos com base na eficácia, sem se adotarem modismos ou abordagens pré-estabelecidas. Além disso, é essencial compreender que o volume de treino deve ser ajustado para evitar sobrecarga e que uma simples imitação de programas de sucesso pode não trazer os mesmos resultados. Em última instância, o que realmente importa é o que funciona – e isso exige análise, adaptação e evolução constante.

Prof. Adenilson Pereira Escóssio
Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ateneu.
Mestrando em Motricidade Humana, especializando em Fisiologia Humana e em Treinamento Funcional, especialista em Fisiologia do Exercício e graduado em Educação Física.

Saiba mais sobre o Curso de Educação Física da UniAteneu.