A cervicalgia é definida como sendo uma dor no pescoço, podendo ter diversas causas, como má postura, desgastes, hérnias e contraturas musculares. Estima-se que a prevalência anual é de 10 a 35%, sendo a incidência maior em mulheres. Estima-se que pelo menos metade da população apresentará dor no pescoço pelo menos uma vez na vida.
A cervicalgia pode estar associada a crises de dores de cabeça, episódios de depressão e ansiedade, dores lombares, estresse físico e emocional, podendo ainda, afastar o paciente de suas funções laborais e lazer. Essas dores, além de se apresentarem no pescoço, também podem aparecer na cabeça, costas ou irradiar para os braços. O tratamento pode envolver medicação, anti-inflamatórios e fisioterapia. A intervenção fisioterapêutica consiste em recursos analgésicos, exercícios específicos e manipulações vertebrais.
Segundo Organização Mundial de Saúde (OMS), a quiropraxia é uma profissão da área da saúde que se propõe a realizar o diagnóstico, tratamento e prevenção de desordens dos sistemas muscular, esquelético e neural. Idealizado pelo naturopata Daniel David Palmer, faz uso de suaves manipulações articulares, não havendo a necessidade de medicações nem qualquer intervenção invasiva. Dentre as diversas indicações da quiropraxia, como por exemplo, hernias discais, lesões articulares, dores ciáticas, destaca-se o tratamento de dores na cervical.
A quiropraxia é uma técnica com eficácia comprovada cientificamente. Quando há um comprometimento em um segmento na articulação, há um déficit das sinapses, onde ocorre a transmissão dos impulsos nervosos. Após a manipulação, ocorre um realinhamento da coluna e neurotransmissores como endorfinas, encefalinas e serotoninas são liberadas no sistema nervoso, causando uma sensação de alívio das dores, relaxamento e bem estar. Estudos sugerem que a manipulação também exerça um papel na ação anti-inflamatória, estimulando a produção de interleucinas e proteína c-reativa, reduzindo também a dor.
No entanto, vale salientar que a manipulação articular realizada pela quiropraxia pode ser utilizada no alivio de dores, mas que não deve substituir o exercício físico. Quando associadas, ocorre uma potencialização dos efeitos desejados. Também pode-se considerar a associação com outras técnicas, como a eletroterapia, mobilização miofascial, hidroterapia, dentre outras. Portanto, a quiropraxia pode ser usada como um recurso para agregar em uma conduta fisioterapêutica mais abrangente.
Prof. Dr. Eduardo de Almeida e Neves
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Doutor em Biotecnologia, especialista m Educação a Distância, especializando em Quiropraxia e fisioterapeuta
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