Quando uma família aguarda a chegada de uma criança, muitas expectativas são geradas, sonhadas e até mesmo um futuro é traçado. Quando ela chega, a rotina muda bastante e mesmo com um certo planejamento familiar, o que é benéfico para as famílias, sempre surgem muitos desafios. Alguns desses desafios estão presentes no dia a dia escolar, principalmente, quando a criança começa a apresentar alguma necessidade educativa especial, que pode ser de ordem física, intelectual, sensorial, emocional, dificuldades de aprendizagem, dentre outros.
Quando uma dessas condições são confirmadas, as famílias normalmente passam por diversas fases, que vão desde o choque, negação, fuga e a aceitação. Na fase da aceitação, elas começam a fazer uma reestruturação de sua rotina para atender as demandas da criança, que em algumas situações podem precisar da ajuda de alguns profissionais como: psicopedagogo, psicólogo, neuropediatras e outros profissionais que possam ajudar nas necessidades dela, algumas vezes com o uso de medicações.
Nem todas as famílias, com as suas mais diversas configurações, estão preparadas para essa situação e por mais informações e ajuda que recebam, a rotina em casa pode ser muito desgastante. Elas cuidam do bem-estar dos seus filhos e muitas vezes esquecem de cuidar de si, então, quem cuida dos pais que estão cuidando das crianças? Como podemos ajudar nessa situação?
Ter empatia com o outro já pode ser um começo nessa caminhada, pois além da nova rotina, os pais ainda lutam contra o preconceito da sociedade, muitas vezes travando uma luta solitária. Deveria ser oferecido para esses pais um cuidado especial com sua saúde, pois muitas vezes o cansaço físico e mental, podem desencadear transtornos como ansiedade, depressão, que são questões de saúde pública.
Uma família com a saúde comprometida, influencia na condição de seus filhos. É necessária uma rede de apoio. Os pais são cuidadores de seus filhos, mas não podemos esquecer que são seres humanos com suas necessidades e também precisam se alimentar, trabalhar, viajar, ter seus momentos de intimidade e descansar.
Segundo o Dr. André Shinju Nakamura (2018), psiquiatra do Hospital Santa Cruz em São Paulo, em reportagem publicada, afirma que: “Nenhuma mãe ou pai será considerado ruim por querer descansar um pouco. Conscientizar a população e eles mesmos de que o estresse do cuidador existe é importante para que as cobranças de dentro e de fora de casa não sejam tão danosas. Palestras, conversas com profissionais da saúde e campanhas publicitárias podem ajudar a desmistificar o assunto”.
Portanto, é necessário que os pais tomem conhecimento dos seus limites, que não achem que apenas eles sozinhos podem resolver as dificuldades dos seus filhos, e que os vários sentimentos que surgem nessa caminha, como raiva e frustração são normais e que é benéfico para a família cuidar da saúde física e mental. O apoio de amigos, familiares e colegas de trabalho são muito importantes, tanto para desabafar, como para afastar o sentimento de solidão e desmistificar preconceitos.
REFERÊNCIAS
RIBEIRO, Maiara. Pais de filhos com deficiência podem desenvolver depressão. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/pais-de-filhos-com-deficiencia-podem-desenvolver-depressao/. Acesso em:21 de mar de 2023.
Profª. Lucíola Lima Caminha Pequeno
Docente do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Docência em Educação a Distância (EaD) e graduada em Pedagogia
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