Antes de explanarmos sobre assunto tão relevante para a história de todas as cidades do mundo, precisamos conceituar tal função: Patrimônio arquitetônico são construções representativas, que por seus estilos, época de construção, técnicas construtivas utilizadas, entre outros, são reconhecidas como patrimônio arquitetônico histórico de um povo. No campo do restauro, a palavra preservação compreende desde a intenção de salvaguardar o monumento arquitetônico, passando pelos estudos e análises específicos do campo disciplinar, até encontrar-se com as ações práticas da intervenção em monumentos históricos.
Preservar o patrimônio histórico e arquitetônico é manter viva a memória de uma cidade, de um país. Um povo que não preserva sua história dificilmente conseguirá planejar o seu futuro. O patrimônio construído e preservado é um ativo urbano de fundamental importância para as futuras gerações. Arquitetos e urbanistas são os profissionais que possuem atribuição legal para fazer frente à tarefa de preservar a memória de nossas cidades por meio da conservação e restauração das edificações de interesse histórico, arquitetônico, artístico e turístico.
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), autarquia federal criada pela lei federal 12.378/2010, vem consolidar e dar a roupagem legal a essa responsabilidade, que já era conferida a nós, arquitetos e urbanistas, desde a criação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1937. O CAU/BR busca apoiar os órgãos de defesa do patrimônio nas esferas local, regional e estadual, a constituição de grupos de trabalho, editais de patrocínios a entidades/instituições que promovam seminários, palestras e discussões sobre o tema, reforçando, assim, o papel dos arquitetos e urbanistas no processo de preservação.
Uma das principais características da sociedade contemporânea é a velocidade de suas transformações. Esse novo cenário traz um desafio para as cidades: a necessidade de conciliar os novos hábitos de sua população, em constante mutação, à ocupação territorial, ou seja, às soluções de habitação, de localização de equipamentos públicos, de mobilidade. Essas mudanças são um reflexo da inserção das cidades na economia global, o que aumentou o número de atores (empresas, instituições públicas, associações) envolvidos na condução das políticas públicas, aumentando sua complexidade. Com a multiplicação das demandas sociais, no lugar de soluções únicas para a cidade, deve-se considerar a segmentação cada vez maior de interesses. É cada vez mais difícil imaginar que uma ação pública vá atingir a aspiração de todos em um único objetivo comum.
Daí compreender que a preservação do patrimônio histórico é uma questão urbana. A cidade contemporânea se pauta pela perda de vínculos e destruição da memória com grande rapidez. Resgatar nossas origens significa resistir, mantendo nossas identidades múltiplas. Saber preservar e identificar a história das cidades é um esforço coletivo que depende da participação dos cidadãos, mas deve ser coordenada pelo poder público.
Prof. Me. Frederico Augusto Nunes de Macêdo Costa
Coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ateneu
Doutorando em Planejamento Urbano, mestre em Geografia Urbana, especialista em Gestão Ambiental e em Geoprocessamento Aplicado à Análise Ambiental e aos Recursos Hídricos e arquiteto e urbanista
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