O ozônio (O3) é uma molécula gasosa, que ocorre naturalmente e é composta por três átomos de oxigênio. Foi usado pela primeira vez pelo químico alemão Christian Friedrich Schonbein (1799-1868), em 1840. A primeira aplicação médica relatada na literatura foi seu uso no tratamento de gangrena pós-traumática gasosa em soldados alemães durante a 1ª Guerra Mundial.
A ozonioterapia tem sido utilizada com sucesso na área médica para o tratamento de várias doenças por, pelo menos, 100 anos. Pesquisas têm demonstrado a eficácia do ozônio gasoso e dissolvido na eliminação de bactérias, de esporos bacterianos e de vírus. Devido às suas propriedades microbiológicas, em 1933, foi utilizado pela primeira vez em Odontologia pelo dentista alemão Edward A. Fisch no tratamento de cáries e de doença periodontal crônica. Depois disso, o uso da ozonioterapia tem sido defendido na Odontologia.
Estudos têm demonstrado o efeito dessa substância no tratamento da cárie dentária, na periodontite, na desinfecção de superfícies de dentaduras, na cicatrização de feridas e como agente antimicrobiano, antiviral e antifúngico na cavidade oral. Ele também se mostra eficaz na limpeza das cavidades, dessensibilização de dentes extremamente sensíveis, de canais radiculares, clareamento de dentes descoloridos com tratamento endodôntico, irrigação de alvéolos pós-extração, auxiliar no enxague de dentes avulsionados e na descontaminação de instrumentos odontológicos usados. O ozônio pode ajudar na cicatrização de feridas, no tratamento de mucosite induzida por radiação e na osteorradionecrose, aumentando o suprimento de sangue e modulando os mediadores inflamatórios.
Contudo, a inalação de forma prolongada de ozônio pode ser danosa para os pulmões e para outros órgãos. Doses calibradas podem ser usadas terapeuticamente em várias condições sem qualquer toxicidade ou efeitos colaterais. Apesar dessas vantagens, a aplicação do ozônio terapêutico na Odontologia tem uso restrito e é ainda vista com cautela, muitas vezes, por causa de seus possíveis efeitos colaterais no trato respiratório superior. Os dentistas precisam conhecer o uso adequado desse método farmacêutico, pois ele pode fornecer um melhor atendimento ao paciente e reduzir consideravelmente o tempo do tratamento.
Profª. Ma. Clarissa Sales de Paula Campêlo
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Mestra em Ciências Odontológicas, especialista em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais, em Endodontia e em Ortodontia e graduada em Odontologia
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