A osteoporose é uma condição patológica que se caracteriza pela redução na densidade mineral com comprometimento das estruturas ósseas existentes e aumento da fragilidade do tecido que leva a um risco maior à fratura óssea. Atinge de modo mais frequente os idosos, mulheres na pós-menopausa e indivíduos com baixo suprimento de cálcio e deficiência de vitamina D, podendo acometer também pacientes com alterações hormonais, doença inflamatória intestinal, tabagistas e etilistas (NAVES et al., 2015).
Trata-se de uma doença de grande interesse odontológico, pois pode levar a alterações nos ossos da maxila e mandíbula, dificultando ou mesmo impedindo a reparação óssea no tratamento da doença periodontal, assim como nos procedimentos cirúrgicos nessas áreas anatômicas (NAVES et al., 2015). A osteoporose pode afetar o paciente através da modificação óssea trabecular alveolar, modificando e enfraquecendo essa região em situações de descontrole inflamatório dos tecidos periodontais. Segundo estudos, a osteoporose pode estar associada em nível oral à perda óssea alveolar sendo a região da mandíbula a mais comprometida (GARCIA et al., 2001).
Se a perda óssea afetar a maxila e mandíbula, a reabsorção poderá influenciar diretamente a ancoragem dos dentes pela destruição da estrutura óssea que pode levar à perda das unidades dentais. E mais ainda, poderá dificultar ou mesmo impedir a fixação de próteses e colocação de implantes. O diagnóstico da osteoporose é feito pelo exame chamado da densitometria óssea, e não são raras as vezes que o cirurgião-dentista na sua prática clínica possa sugerir a realização desse exame para diagnosticar a doença de modo mais consistente.
O dentista também poderá solicitar radiografias panorâmicas para detectar se o osso está osteoporótico, situação em que aumenta sua porosidade e ocorre diminuição do trabeculado ósseo (VASCONCELOS et al., 2015). É de grande importância que o cirurgião-dentista possa compreender essas duas situações: osteoporose e desgaste ósseo alveolar, isso porque o diagnóstico e o entendimento completo dessa associação será essencial para o êxito do tratamento seja de ordem periodontal ou cirúrgica.
REFERÊNCIAS:
Garcia, R.I., Henshaw, M.M., & Krall, E.A .(2001). Relação entre doença periodontal e saúde sistêmica. Periodontology. v25 (1), p.21-36, 2000.
Naves, R.C., Bulhões, T., Costa, L., Barbosa, M.D., & Almeida, S.. A Osteoporose Pode Agravar A Doença Periodontal? Uma Revisão De Literatura. Journal of Dentistry & Public Health (inactive/archive only), 6(2), 2015.
Vasconcelos, P.B., Palinkas, M., de Sousa, L.G., Regalo, S.C., Santos, C.M., de Rossi, M., & Siéssere, S.. The influence of maxillary and mandibular osteoporosis on maximal bite force and thickness of masticatory muscles. Acta Odontológica Latinoamericana, v28(1), p.22-27, 2015.
Prof. Me. Valmirlan Fechine Jamaca
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciências Médico-Cirúrgicas, especialista em Estomatologia e Cirurgia Oral Menor e graduado em Odontologia.
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