O uso das redes sociais traz com ela vários fatores interligados à sua propensão de ligação com a produção de atividades diárias e a elaboração destas. A publicação hoje que o usuário realiza, seja ela dentre as várias redes, pode revelar uma codependência com o mundo virtual. Esse modo de exploração ou de até de aceitação, seja por likes, mensagens e autoafirmação corrobora em quem eu quero mostrar trabalhado em uma imagem para a sociedade.
Além do tempo gasto, é preciso monitorar quantitativo de horas e o que alimenta nosso cérebro, com visualizações de publicações que trazem à tona a mistura de liberação de dopamina e serotonina na busca do bem-estar, no qual o cérebro se alimenta. Por outro lado, há prejuízos em outras atividades diárias realizadas no trabalho ou em casa, pois algumas horas de redes sociais é o suficiente para impactar nestas no que concerne ao tempo, modo de realizar e conclusão. É muito clara a relação do quantitativo de horas de uso das redes sociais e o desenvolvimento de ansiedade, dependência digital e cansaço físico para executar atividades diárias.
Outro fator impactante, é o comparativo dos usuários com a vida ou atividade de alguns membros das redes sociais, pela notoriedade que muitas vezes não revela a situação realística de vida destes, criando assim sentimento de impotência, de não merecimento, contemplação e confusão mental. Publicações também se tornaram um movimento para opiniões e julgamentos muitas vezes baseados nos achismos, assim como nos cancelamentos, trazendo à tona muitas vezes o isolamento social, resultando assim em menores interações interpessoais.
Outro ponto que é chamado por especialistas do Marketing é o excesso de publicações em perfis profissionais, o que agrega o silenciador a ser utilizado pelos usuários de forma expansiva. Assim, segundo o psiquiatra que coordena o grupo de pesquisa de dependência de tecnologias, Cristiano Nabuco, pertencente ao Grupo de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) menciona que “Oitenta e cinco por cento de todas as fotografias que são postadas são editadas. Isso é um problema, porque se desenvolve uma autoestima virtual e não pessoal, e quanto mais o indivíduo busca se equiparar a essa vida paralela, mais infeliz ele vai se sentir na vida real”.
Portanto, é necessário monitoramento do que publicamos e consumimos nas redes sociais, como exercício de reflexão para a saúde mental e prevenção de doenças psiquiátricas.
Profª. Drª. Aline Mesquita Lemos
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Saúde Coletiva, mestra em Enfermagem, especialista em Atenção ao Paciente Crítico: Urgência, Emergência e UTI, em Saúde Mental e em Saúde da Família e graduada em Enfermagem.
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