O século XXI é muito marcado por inúmeras mudanças que afetam as experiências de consumo das pessoas, a própria globalização, as novas tecnologias de comunicação, o e-commerce, a biotecnologia, o debate ambientalista etc. Tudo isso ao mesmo tempo que os novos tipos de protestos e reações ao consumismo emergem e exigem uma nova postura do consumidor.
Fala-se de sociedade de consumo, como se vem tentando traduzir as novas mudanças no comportamento dos consumidores ultimamente. É uma nova forma de identidade e de construção das relações sociais. Assim, esse novo estilo e nível de consumo se torna a principal fonte de identidade cultural.
Nessa linha de reflexão sobre o assunto, chamamos de consumismo a expansão da cultura do ter em detrimento da cultura do ser. Historicamente, esse consumo vem se alastrando pelo mundo desde o século XVII, emergindo na Europa ocidental e assumindo hoje diversas formas.
O consumo tem invadido intensamente a esfera da vida social, econômica, cultural e política. E tem mais um agravante: nesse processo, os serviços públicos, as relações sociais, a natureza, o tempo e o próprio corpo humano se transformam em mercadorias. Até mesmo a política virou uma questão de mercado, comercializando a participação cívica e misturando valores comerciais com valores cívicos, fazendo com que o consumo se torne vitorioso com um fim em si mesmo, chegando ao ponto de o consumo ser encarado mais do que um direito ou um prazer para ser encarado como um dever do cidadão.
Historicamente, esse consumo vem se alastrando pelo mundo desde o século XVII, emergindo na Europa ocidental e assumindo hoje diversas formas. Então, esse consumo se transformou em uma compulsão e um vício, estimulados pelas forças do mercado, da moda e da propaganda, produzindo carências e desejos materiais, simbólicos incessantemente.
Os indivíduos passam a ser reconhecidos, avaliados e julgados por aquilo que vestem ou calçam, pelo carro e pelo telefone celular que exibem em público. O próprio indivíduo passa a se autoavaliar pelo que tem e pelo que consome.
Finalmente, a felicidade e a qualidade de vida têm sido cada vez mais associadas e reduzidas às conquistas materiais e isso acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para manter e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer e a outras atividades e relações sociais. Isso tudo faz com que os indivíduos acabem agindo centrados em si mesmos, sem se preocupar com as consequências de suas escolhas.
Prof. Charlles Franklin Duarte
Docente do Curso de Logística do Centro Universitário Ateneu
Especialista em Administração Financeira e graduado em Ciências Econômicas
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