Infecções relacionadas ao sexo com transmissibilidade e manifestação na cavidade oral

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  1. Introdução

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) têm se mostrado um crescente problema de saúde pública, com a cavidade oral sendo uma via de transmissão frequentemente subestimada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as ISTs, como sífilis, gonorreia, herpes simples, HPV (papilomavírus humano) e clamídia, podem ser transmitidas através do contato sexual oral, resultando em lesões e infecções na boca, garganta e nos lábios.

Estima-se que cerca de 376 milhões de novos casos de quatro ISTs (gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase) ocorram a cada ano em todo o mundo, com a incidência de gonorreia e clamídia oral em aumento, particularmente, entre jovens adultos e adolescentes. Além disso, o HPV, responsável por várias lesões orais e cânceres orais, continua a ser uma preocupação crescente, com estudos mostrando uma correlação entre a prática do sexo oral e o risco elevado de câncer orofaríngeo, especialmente, em homens.

  1. Desenvolvimento

As ISTs são geralmente transmitidas via contato sexual não protegido, podendo essas, causar desconforto e sintomas distintos no corpo, incluindo a mucosa oral. A manifestação dessas infecções na cavidade oral pode variar, com sintomas que incluem úlceras, feridas dolorosas, lesões esbranquiçadas, inflamação das gengivas e dor ao engolir.

A herpes simples, por exemplo, pode causar lesões dolorosas na boca e nos lábios, enquanto a sífilis pode manifestar-se por meio de uma úlcera indolor conhecida como cancro, que, se não tratada, pode levar a complicações graves. O HPV pode resultar em verrugas orais, sendo frequentemente assintomático, o que dificulta seu diagnóstico precoce.

A educação sobre o uso de proteção durante o sexo oral e a detecção precoce de infecções são fundamentais para reduzir a propagação dessas doenças, além de alertar para o risco potencial de cânceres orais relacionados ao HPV. O aumento da conscientização e o acesso a tratamentos eficazes são cruciais para minimizar os danos a longo prazo causados pelas ISTs na cavidade oral.

Sendo cada tipo de infecção com sintomas aparentes e característicos, extremamente importante e que o profissional de saúde, e os odontólogos, em especial, reconheça sinais da manifestação dessas infecções para que possa realizar orientação adequada e reduzir danos futuros, bem como evitar a contaminação de terreiros.

A educação em saúde desempenha um papel fundamental na prevenção e controle das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), especialmente, no que se refere à sua manifestação na cavidade oral. Ao fornecer informações claras e acessíveis sobre os riscos associados ao sexo oral desprotegido, os métodos de prevenção e a importância do diagnóstico precoce, a educação em saúde capacita indivíduos a tomarem decisões informadas sobre a sua saúde sexual.

Além disso, conscientizar a população sobre os sinais e sintomas das ISTs orais, muitas vezes assintomáticas, pode levar a um diagnóstico mais rápido e a um tratamento adequado, prevenindo complicações graves como cânceres orais e problemas crônicos. A educação em saúde também combate o estigma e a desinformação, criando um ambiente mais aberto e receptivo para que as pessoas busquem orientação médica quando necessário, contribuindo para uma abordagem mais eficaz na luta contra as ISTs.

  1. Conclusão

A consideração final sobre as infecções sexualmente transmissíveis e sua manifestação na cavidade oral destaca a importância de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado. A transmissão de ISTs através do sexo oral, muitas vezes negligenciada, exige uma maior conscientização sobre os riscos associados a práticas sexuais desprotegidas.

É fundamental promover o uso de métodos de proteção, como preservativos e barreiras bucais, especialmente, em contextos de múltiplos parceiros, e enfatizar a necessidade de exames regulares para detectar possíveis infecções de forma assintomática. A educação sexual e a informação de qualidade desempenham um papel central na redução da propagação dessas doenças.

Com um enfoque em prevenção e tratamento, é possível minimizar o impacto das ISTs na saúde bucal e geral da população, além de reduzir complicações graves, como o câncer orofaríngeo relacionado ao HPV. O trabalho conjunto entre profissionais de saúde, educadores e a sociedade é essencial para controlar esse crescente desafio de saúde pública.

Prof. Dr. Cesário Rui Callou Filho
Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário Ateneu.
Doutor e mestre em Saúde Coletiva, especialista em Fisioterapia em Terapia Intensiva, em Anatomia Funcional, em Fisioterapia Cardiorrespiratória, em Educação na Saúde para Preceptores do Sistema Único de Saúde (SUS) e em Saúde Pública e graduado em Fisioterapia.

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