A gestação de um bebê é um período cheio de expectativas, em que a família se prepara para a chegada do novo membro. Cada criança que chega ao mundo não se incorpora a um contexto vazio, muito pelo contrário, nascem em um contexto familiar repleto de expectativas, crenças, valores e metas. Este cenário familiar forma um conjunto de influências que contribuirão na formação dos indivíduos, constituindo-se numa peça essencial para entender o desenvolvimento desses indivíduos, dentre as tarefas que compõem a função parental: a educação dos filhos é a mais complexa.
O conceito de “parentalidade” é definido por alguns investigadores como sendo o conjunto de “atividades propositadas no sentido de assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da criança”, num ambiente seguro, de modo a socializar a criança e atingir o objetivo de torná-la progressivamente mais autônoma. É descrita como uma das tarefas mais complexas, difíceis e com maiores desafios e responsabilidades para o ser humano.
No que concerne às atividades parentais, destacam-se as dimensões de cuidado, disciplina e desenvolvimento. Os seus objetivos são, segundo o autor Hoghughi (2004), assegurar a prevenção de adversidades que possam fazer sofrer a criança, assim como promover situações positivas que a ajudem ao longo da sua vida. Os cuidados ao nível físico são traduzidos na garantia de alimentos, proteção, vestuário, higiene, hábitos de sono, assim como a prevenção de acidentes ou de doenças preveníveis ou a tomada de ações rápidas para uma resolução eficaz destas situações sempre que ocorram.
A família constitui o espaço mais imediato de socialização e dependência da criança. Ela define os hábitos, a alimentação, os cuidados de saúde, a educação e também seleciona os contextos aos quais as crianças são expostas, incluindo os amigos, a creche e pré-escola. As experiências com a família, nas fases sensíveis da infância, especialmente, a primeira infância, o período da gestação, influencia o presente e o futuro das crianças, contribuindo, por exemplo, para o desenvolvimento das habilidades cognitivas e socioemocionais.
A primeira infância é vista agora como momento privilegiado para intervenção, porque as crianças pequenas são consideradas maleáveis e suscetíveis à influência externa. O argumento de que o cérebro se desenvolve com mais intensidade nos primeiros anos de vida faz com que qualquer programa que vise ao desenvolvimento cerebral seja avaliado positivamente.
A maioria dos acidentes na primeira infância compreende as quedas, queimaduras, cortes, afogamentos e intoxicações, que podem acarretar desde a incapacidade física temporária até sequelas mais graves e permanentes, ou mesmo a morte. Os acidentes representam um problema de saúde mundial e constituem a primeira causa de morte em crianças e adultos jovens em muitos países.
Todo profissional de saúde deve estar atento à esta temática, pois se sabe que as quedas são acidentes mais frequentes no primeiro ano de vida, de acordo com as pesquisas através do relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2014, que mostrou que mais de 5 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a lesões, incluindo as auto infringidas, acidentes de trânsito, queimaduras, afogamentos, quedas, intoxicações, entre outras, e as crianças são o elo mais frágil destas taxas epidemiológicas.
Profª. Drª. Denise Gonçalves Moura Pinheiro
Docente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Doutora em Cuidado em Saúde, mestra em Medicina Preventiva e graduada em Fisioterapia
Prof. Me. José Evaldo Lopes Júnior
Coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu
Mestre em Ciências Fisiológicas, especialista em Saúde do Idoso e graduado em Fisioterapia
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