Exercício físico ajuda a combater a Covid-19?

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No atual cenário brasileiro, muito se tem discutido sobre à importância da atividade física em tempos de pandemia. A maioria da população entende que os benefícios da atividade física se restringem à estética ou lazer e não compreendem entender o quanto o exercício pode trazer benefícios na luta contra a Covid-19. Mas como a prática regular de atividade física pode ajudar?

Em primeiro lugar, a atividade física produz efeitos psicológicos toda vez que dispara o estado fisiológico de alerta do indivíduo (luta ou fuga), e é interpretada como atividade importante para a sobrevivência, estimulando a função de recompensa e inibindo a de punição do sistema límbico, promovendo a sensação de bem-estar físico e emocional. Em segundo lugar, o exercício é fator preponderante no combate à obesidade, diabetes e doenças cardíacas, comorbidades importantes no agravamento da Covid-19. Em terceiro lugar, o exercício físico impacta o sistema imunológico.

Estudos apontam que o aumento da frequência respiratória expõe o sistema respiratório aos agentes virais presentes no ambiente gerando uma sinalização de ajuste para uma maior produção de linfócitos T, células que combatem vírus. Outros estudos mostram que o hormônio irisina, produzido pelo músculo durante o exercício de força, gera sinalizações importantes para o processo de recuperação. Essa sinalização também envolve a participação de hormônios reparadores e serve de estímulo para o sistema imunológico combater processos inflamatórios que se mostram como as principais causas de sintomas graves da Covid-19.

Na pandemia, com o “lockdown” fazer exercícios em áreas públicas e academias ficou proibido. A literatura aponta que não é necessário o uso de equipamentos especiais ou locais amplos para a obtenção de benefícios positivos na saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 150 minutos semanais de atividades moderadas ou 75 minutos semanais de atividades intensas já é válido.

Para sabermos se a atividade foi moderada ou intensa, podemos usar a percepção de esforço associado à observação do ritmo respiratório, ou seja, em uma escala de 0 a 10, qual o nível de dificuldade de realizar o esforço? 7 seria moderada, 8 intensa, 9 muito intensa e 10 máxima. A frequência respiratória seria considerada moderada quando levemente ofegante, intensa quando ofegante, muito intensa quando muito ofegante e máxima quando houver colapso respiratório.

Prof. Luís Ernesto Pereira Salgado Borges

Docente do Curso de Fisioterapia da UniAteneu

Especialista em Fisiologia do Exercício e graduado em Educação Física

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